Paciente do sexo masculino, de 70 anos de idade, ex‐fumante com hipertensão e dislipidemia, foi encaminhado à consulta cardiológica com queixa de dispneia aos esforços e dor torácica atípica. O exame físico foi normal. O eletrocardiograma mostrou ritmo sinusal, 75 bpm, e inversão da onda T em V1‐V3. O ecocardiograma transtorácico revelou função sistólica ventricular esquerda preservada, sem alterações da contratilidade segmentar ou alterações valvares significativas. Ele foi submetido a teste de esforço em esteira com infradesnivelamento do segmento ST, com padra¿o descendente, nas derivações DII, DIII, aVF e V2‐V6 (máximo de 3mm). Realizou‐se angiografia coronária, que mostrou estenose suboclusiva do tronco da coronária esquerda distal envolvendo a origem da artéria descendente anterior (DA) e da artéria circunflexa, grande aneurisma fusiforme na DA proximal medindo 10mm de diâmetro e estenose ostial crítica da artéria coronária direita com doença ectásica dos segmentos proximal e médio (fig. 1). Também foi realizada uma angiotomografia coronariana, que permitiu um melhor delineamento da anatomia topográfica do aneurisma da artéria coronária (fig. 2). Considerando a doença de três vasos, incluindo estenose grave do tronco de coronária esquerda e aneurisma coronário gigante, o paciente foi encaminhado à cirurgia cardíaca e submetido à cirurgia de revascularização bem‐sucedida. Ele teve um pós‐operatório sem intercorrências e está atualmente bem e sem sintomas.
Embora não exista uma definição precisa dos aneurismas gigantes da artéria coronária, habitualmente considera‐se o aneurisma como gigante quando seu diâmetro excede o do vaso de referência em mais de quatro vezes, ou quando possui um diâmetro superior a 8mm. A prevalência é maior na população masculina, e a sua principal causa é a aterosclerose. A cirurgia é o tratamento de eleição, e os resultados são favoráveis na maioria dos casos.
Conflitos de interesseOs autores declaram não haver conflitos de interesse.
A revisão por pares é de responsabilidade da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.