A automutilação em pacientes psiquiátricos não é incomum, podendo estar relacionada a crenças religiosas, impulsividade, abuso de substâncias e sintomas psicóticos. Relatos de lesões em membros superiores e inferiores, órgãos genitais, globo ocular e outras estruturas faciais são geralmente descritos na literatura médica. Grande importância deve ser dada ao primeiro atendimento deste tipo de indivíduo, principalmente em serviços que não dispõem de suporte psiquiátrico. Farmacoterapia e, algumas vezes, até intervenções cirúrgicas, podem ser empregadas para a estabilização do quadro inicial; com o intuito de preservar ao máximo a integridade física e mental dos mesmos. Desta maneira, um correcto manejo destes doentes deve envolver desde cuidados básicos de higiene até o envolvimento de uma equipe multiprofissional especializada. De acordo com o exposto, o presente artigo fomenta apresentar o caso clínico de uma paciente com distúrbio psiquiátrico associado ao fenómeno da automutilação que, em adição a factores de ordem infecciosos, culminou com o desenvolvimento de uma osteomielite mandibular.
Self-mutilation in psychiatric patients is not uncommon, and may result from religious beliefs, impulsivity, substance abuse and psychotic symptoms. Reports of arms, legs, genitals, ocular and face injuries are usually noticed in medical literature. The first care is very important, mainly in centers doesn’t offers psychiatric support. Pharmacotherapy and surgery may be employ for establish initially the patient, to maintain their physical and mental integrity. Thus, a correct management of this people must involve since primary hygiene attentions until the necessity of a complex staff specialties. According this, the article presents a case report of self-mutilation in a psychiatric patient that, in association with infectious factors, leaded for jaw's osteomyelitis.
(Medeiros Júnior R, Lima de Oliveira HF, Feitosa de Carvalho RW, Oliveira Filho D, Araújo de Morais HH. Osteomielite Mandibular Associada à Lesão Automutilante em Paciente Psiquiátrico. Rev Port Estomatol Cir Maxilofac 2009;50:81–86)