En nuestro país, los traumatismos vasculares en los miembros inferiores (MMII) suponen un 38% de todos los traumatismos vasculares. Frecuentemente, los causados por armas de fuego producen fístulas arteriovenosas asociadas o no a pseudoaneurismas. A la técnica quirúrgica convencional de reparación de la fístula mediante disección cuidadosa, ligadura y reparación de la arteria y la vena se han sumado otras opciones de la mano de las técnicas endovasculares.
Caso clínicoVarón de 21 años remitido al Servicio de Urgencias por una herida por arma de fuego en el muslo derecho, sin signos de inestabilidad hemodinámica ni de hemorragia externa; en la exploración presentaba ausencia de pulsos poplíteo y distales, palidez y frialdad del pie y soplo en el tercio medio del muslo derecho. Al sospechar una lesión en la arteria femoral superficial, se realizó una arteriografía de urgencia, en la que se diagnóstico de fístula arteriovenosa. Al paciente se le intervino de forma urgente y se le colocó una endoprótesis recubierta de 8×50mm en la lesión de la arteria femoral superficial. La evolución durante el posoperatorio fue satisfactoria, y el paciente recuperó los pulsos distales, con una correcta perfusión de la extremidad, sin déficit neurológico ni lesión venosa asociada.
ConclusiónLas técnicas endovas-culares pueden suponer una alternativa de reparación en el traumatismo vascular más segura y sencilla en casos seleccionados, pero la ausencia de series largas y protocolos adecuados de actuación aconseja ser prudentes en sus indicaciones. No obstante, es una opción más para el cirujano, y el tiempo y los estudios decidirán qué papel desempeñarán en el futuro.
In our country, vascular traumatisms in the lower limbs (LL) account for 38% of all vascular traumatic injuries. Those caused by firearms often produce arteriovenous fistulas sometimes associated to pseudoaneurysms. Endovascular techniques now add new alternatives to the traditional surgical technique employed for repair of the fistula, which consists in the careful dissection, ligature and repair of the artery and vein
Case reportWe describe the case of a 21-year-old male referred to Casualty because of a firearm wound in the right thigh, without signs of haemodynamic instability or external bleeding; during the exploration there was an absence of popliteal and distal pulses, paleness and coldness in the foot and a murmur in the middle third of the right thigh. As an injury to the superficial femoral artery was suspected, emergency arteriography was performed and the results enabled us to diagnose an arteriovenous fistula. The patient was submitted to an emergency operation in which an 8×50mm covered stent was introduced in the lesion in the superficial femoral artery. The patient made satisfactory progress during the post-operative period and the distal pulses were re-established, with correct perfusion of the limb, and with no neurological impairment or associated venous lesions.
ConclusionsEndovascular techniques can represent a safer and simpler alternative means of repairing vascular traumatic injuries in certain cases, but the absence of long series and suitable protocols for action warn us to be careful when deciding whether it is indicated or not. It is, however, another option available to the surgeon and time and further research will decide what role it is to play in the future.
No nosso país, os traumatismos vasculares dos membros inferiores (MMII) representam 38% de todos os traumatismos vasculares. Frequentemente, os causados por armas de fogo produzem fistulas arteriovenosas associadas ou não a pseudoaneurismas. À técnica cirúrgica convencional de reparação da fístula por dissecção cuidadosa, laqueação e reparação da artéria e da veia juntam-se outras opções da linha das técnicas endovasculares.
Caso clínicoHomem de 21 anos enviado para o Serviço de Urgências por ferida de arma de fogo na coxa direita, sem sinais de instabilidade hemodinâmica nem de hemorragia externa; ao exame, apresentava ausência de pulso popliteu e distal, palidez e frieza do pé e sopro no terço médio da coxa direita. Suspeitando-se lesão da artéria femoral superficial, realizouse uma arteriografia de urgência onde se diagnosticou fístula arteriovenosa. O doente foi submetido a intervenção de urgência, colocandose uma endoprótese recoberta de 8×50mm na lesão da artéria femoral superficial. A evolução durante o pós-operatório foi satisfatória, e o doente recuperou os pulsos distais, com uma adequada perfusão do membro, sem défice neurológico nem lesão venosa associada.
ConclusãoAs técnicas endovasculares podem supor uma alternativa de reparação no traumatismo vascular mais segura e simples em casos seleccionados, mas a ausência de séries amplas e protocolos adequados de actuação aconselha prudência nas suas indicações. No entanto, é uma opção mais para o cirurgião e o tempo e os estudos decidirão que papel representarão no futuro.