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Inicio Angiologia e Cirurgia Vascular Falso aneurisma anastomótico femoral em rotura contida
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Vol. 12. Núm. 3.
Páginas 218-220 (septiembre 2016)
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Vol. 12. Núm. 3.
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Falso aneurisma anastomótico femoral em rotura contida
Contained rupture of a femoral anastomotic pseudoaneurysm
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Tiago Ferreira
Autor para correspondencia
tiagojpferreira@gmail.com

Autor para correspondência.
, Pedro Martins, Ana Evangelista, Augusto Ministro, José Fernandes e Fernandes
Serviço de Cirurgia Vascular, Hospital de Santa Maria – CHLN, Faculdade de Medicina de Lisboa, Centro Académico de Medicina de Lisboa, Lisboa, Portugal
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Introdução

O bypass aorto‐bifemoral mantém‐se como uma forma de revascularização na doença aorto‐ilíaca extensa, com excelente durabilidade e uma reduzida taxa de complicações. De entre estas, o falso aneurisma anastomótico ocorre como complicação tardia em 1‐5% dos casos, mais frequente a nível da anastomose femoral, mas podendo envolver também a anastomose proximal1. Os fatores etiológicos de maior relevância são o enfraquecimento da parede arterial, a fadiga das suturas, o stress mecânico sobre as anastomoses e a infeção local2–4. Dados os potenciais riscos de trombose, embolização distal e rotura, está recomendado o tratamento de falsos aneurismas femorais sintomáticos ou com mais de 2,5cm5.

Caso clínico

Homem de 78 anos, com antecedentes de cardiopatia isquémica, fibrilhação auricular sob anticoagulação oral e bypass aortobifemoral em 2007 por doença oclusiva (em outra instituição), recorreu ao serviço de urgência por quadro com 48 horas de evolução de massa pulsátil e expansível inguinal direita, associada a sufusão hemorrágica e sofrimento cutâneo, além de dor e edema do membro.

O estudo por angio‐TC mostrou a presença de falso aneurisma da anastomose femoral direita com 11cm de diâmetro em rotura (figs. 1 e 2), bem como um falso aneurisma de 2cm na anastomose proximal (fig. 3). A artéria femoral superficial direita encontrava‐se ocluída e a artéria femoral profunda apresentava‐se permeável, embora com calcificação parietal extensa. Não eram visíveis sinais imagiológicos de trombose venosa profunda ipsilateral e não foram detetados outros aneurismas periféricos.

Figura 1.

Falso aneurisma da anastomose femoral direita com 11cm de diâmetro.

(0.09MB).
Figura 2.

Falso aneurisma da anastomose femoral direita.

(0.08MB).
Figura 3.

Falso aneurisma da anastomose proximal (seta).

(0.12MB).

Procedeu‐se a ressecção parcial do falso aneurisma femoral e interposição de prótese de PTFE de 8mm em posição protésico‐femoral profunda, descompressão compartimental e drenagem. Não se verificaram aspetos intraoperatórios sugestivos de infeção. O aneurisma anastomótico proximal será objeto de tratamento após o período de convalescença da referida intervenção, provavelmente através de exclusão endovascular.

O eco‐Doppler de controlo após um mês documentou a permeabilidade da reconstrução, sem complicações associadas (fig. 4).

Figura 4.

Eco‐Doppler de controlo, evidenciando a permeabilidade do enxerto.

(0.1MB).
Comentários

Os autores divulgam um caso invulgar de rotura de um aneurisma anastomótico femoral direito exuberante, submetido a tratamento convencional com sucesso. A embolização distal, trombose e rotura são as complicações de falsos aneurismas anastomóticos femorais que constituem indicação para tratamento urgente, habitualmente através de ressecção do aneurisma e interposição de enxerto protésico (na ausência de infeção evidente). O caso apresentado reforça a necessidade de um programa de vigilância rigoroso dos procedimentos de revascularização, nomeadamente as reconstruções aortobifemorais. Apesar da inexistência de guidelines formais sobre esta matéria, a prática institucional habitual consiste na avaliação clínica e por eco‐Doppler de 6 em 6 meses, durante os 2 primeiros anos de pós‐operatório e anualmente após esse período, complementada por estudo aórtico por angio‐TC quinquenal.

Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animais

Os autores declaram que para esta investigação não se realizaram experiências em seres humanos e/ou animais.

Confidencialidade dos dados

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Direito à privacidade e consentimento escrito

Os autores declaram que não aparecem dados de pacientes neste artigo.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

Bibliografia
[1]
R.T. Hagino, S.M. Taylor, R.M. Fuitani, et al.
Proximal anastomotic failure following infrarenal aortic reconstruction: Late development of true aneurysms, pseudoaneurysms, and occlusive disease.
Ann Vasc Surg., 7 (1993), pp. 8
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D.S. Starr, S.C. Weatherford, G.M. Lawrie, et al.
Suture material as a factor in the occurrence of anastomotic false aneurysms.
Arch Surg., 114 (1979), pp. 412
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Anastomotic femoral pseudoaneurysms: An investigation of occult infection as an etiologic factor.
J Vasc Surg., 11 (1990), pp. 629
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P. Martins, G. Sobrinho, T. Ferreira, et al.
Pullout syndrome – Axillar anastomotic pseudo‐aneurysm.
Angiol Cir Vasc., 10 (2014), pp. 30-32
[5]
J.L. Ochsner.
Management of femoral pseudoaneurysms.
Surg Clin North Am., 62 (1982), pp. 431
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