Na minha primeira “Página do Presidente” quero começar por referir a honra que é presidir á SPACV no próximo biénio. A simples referencia aos prestigiados nomes dos anteriores Presidentes é prova cabal do que afirmo.
Espero que, embora não possuindo as qualidades reconhecidas aos meus antecessores, com trabalho árduo e a colaboração de todos os sócios seja possível prosseguir o caminho de crescente afirmação e reconhecimento da Sociedade no panorama médico nacional e internacional.
A SPACV é uma sociedade científica cujo principal objectivo é a formação na área da Angiologia e Cirurgia Vascular.
As reuniões, simpósios e congressos que têm sido organizados apresentam como uma das principais características os elevados padrões científicos das comunicações apresentadas e acima de tudo uma constante melhoria de qualidade desses mesmos trabalhos.
Infelizmente são relativamente raros os estudos prospectivos, randomizados ou não, que temos tido a capacidade de apresentar. As razões serão de vária índole, mas seguramente que a inexistência nos Serviços, a trabalhar isoladamente, de massa critica que permita amostras significativas constitui razão muito importante para este facto.
Esta reflexão leva-me a propor que identificadas áreas de interesse cientifico comum, os Serviços se possam agrupar, sem hegemonias, de modo a criar volumes de população a estudar que produzindo amostras significativas possam vir a originar trabalhos de relevância científica. A SPACV poderá, se essa for a vontade das várias partes, servir de elemento promotor e aglutinador.
Um outro assunto que desde há muitos anos tem sido minha preocupação é o baixo nível de conhecimentos de Patologia Vascular que na sua maioria os recém licenciados em Medicina apresentam. Se a doença aterosclerótica no geral se assume como a principal causa de morte nas Sociedades Ocidentais e outras doenças vasculares são factor causal de morbilidades graves e altamente incapacitantes, isto não tem qualquer relação com a importância que lhe é dada nos curricula das várias Escolas Médicas portuguesas. Também aqui penso dever a Sociedade ter papel importante quer no alerta para esta situação quer na colaboração com todos os que como nós, pretenderem a concertação de acções tendentes á sua correcção
Finalmente, e com o máximo respeito pelas diferenças, sinto a obrigação de partilhar um estado de alma que há quatorze anos me acompanha e que se traduz na ambição de união de todos os Angiologistas e Cirurgiões Vasculares em torno desta Sociedade que é a sua, de modo a ser possível criar uma forte dinâmica de crescimento e valorização ajudando a que rapidamente mais e melhor nos afirmemos como uma área do saber de excelência no panorama nacional e internacional. Este Presidente e seguramente toda esta Direcção trabalharão nesse sentido.
Até breve
João Albuquerque e Castro
Presidente SPACV