A SPACV comemora em 2015 o seu décimo quinto aniversário. Foram 15 anos de árduo, mas profícuo trabalho.
Nascemos por ser essa a vontade dos cirurgiões vasculares portugueses e crescemos pela ação dos sócios com o apoio das várias Direções. Estamos ainda na juventude e por isso temos futuro. Como todos os jovens temos sonhos e a ambição de os concretizar. Sendo jovens conseguimos a maturidade que nos vem da experiência de muitos que, tendo estado noutras paragens, a adquiriram e agora, connosco, a transmitem. Somos uma Sociedade que sabe para onde quer ir e se esforça para o conseguir
Qualquer observador atento ao que se vem passando em termos da evolução científica e tecnológica da angiologia e cirurgia vascular nos últimos anos terá de concordar que a SPACV tem estado sempre no centro dessa verdadeira revolução. É uma realidade indesmentível que a maneira como estudamos, pensamos e tratamos os nossos doentes pouco tem a ver com um passado ainda relativamente recente. A atenção que a Sociedade tem dado a este facto é atestada pelos programas científicos dos nossos congressos e pelas múltiplas atividades desenvolvidas pelos vários núcleos onde a par com o saber consolidado estão sempre os novos caminhos diagnósticos e terapêuticos.
O nosso grande objetivo é, e será sempre, ajudar a que em Portugal se pratique uma angiologia e cirurgia vascular do mais elevado nível científico e técnico, mas nunca esquecendo que tudo isto só tem sentido se posto ao serviço daqueles a quem juramos ajudar, os doentes.
A SPACV tem sido uma defensora intransigente da humanização dos cuidados de saúde. Aqueles que procuram a nossa ajuda estão sempre em situações de carência. Carência de cuidados técnicos altamente especializados, como são os que aprendemos a prestar, mas também de apoio humano tantas vezes suficiente para minimizar sofrimentos. Infelizmente e apesar da enorme evolução, não temos soluções científicas e técnicas para todos os que nos procuram, mas teremos obrigatoriamente de suprir o que ainda não sabemos com doses extra de humanismo.
A uma ciência médica não completamente comprometida com um sólido humanismo não podemos chamar medicina.
Em junho realizaremos, no Algarve, o nosso congresso anual. Não tenho qualquer dúvida que será mais um marco importante no crescimento da Sociedade. O programa está a ser cuidadosamente preparado pela Direção, mas a parte mais importante desse programa é independente dos cuidados ou vontades de quem dirige e depende única e exclusivamente dos sócios. Refiro-me obviamente às comunicações livres e aos pósteres. O congresso de uma Sociedade científica é fundamentalmente uma reunião de sócios que mostram o seu trabalho, os caminhos que seguiram, os seus resultados, as suas frustrações e insucessos.
Todos temos o hábito de afirmar que se aprende mais com fracassos do que com sucessos. Seria bom passarmos desta teoria à prática e começarmos também a mostrar caminhos que percorremos, mas que, finalmente, não conduziram ao êxito. Estaríamos seguramente a ensinar.
O nível de qualidade científica do congresso será medido não pelas apresentações dos nossos convidados, mas pela participação de nós todos, os sócios. Serão as comunicações e os pósteres, mas será também a nossa participação discutindo, questionando, criticando e, porque não, elogiando, que tornarão esta reunião no congresso da SPACV e não apenas em mais um congresso.