A inovação fechada foi o padrão adotado pelas empresas, até o início dos anos 2000, onde as atividades de P&D eram realizadas exclusivamente em laboratórios próprios. Este modelo vem sendo substituído pela inovação aberta, na qual as empresas, além das ideias internas, aproveitam a capacidade inventiva de outras fontes, como clientes, fornecedores, universidades, institutos de pesquisa ou inventores independentes, estabelecendo parcerias. Assim é possível obter inovações melhores, mais baratas e em menos tempo, além de oferecer ao mercado as invenções internas que não forem usadas, gerando renda. Entre os aspectos mais relevantes deste conceito estão as mudanças na cultura empresarial, no modelo de negócios, e na gestão da propriedade intelectual (PI), que resultam em novas formas de criar valor e identificam conhecimento externo útil para a empresa. Este trabalho analisa três firmas brasileiras, de diferentes setores, que utilizam a inovação aberta como estratégia de aumento da competitividade, com o objetivo de verificar a consonância entre suas práticas e os pressupostos do modelo, quanto aos três aspectos acima mencionados. O método de pesquisa é o estudo de caso múltiplo, utilizando dados primários (entrevistas) e secundários (relatórios anuais das empresas, teses, artigos acadêmicos, reportagens em jornais e revistas de negócios), mediante pesquisa bibliográfica e documental. Os resultados mostram que as práticas empresariais não apresentam completa aderência aos conceitos teóricos da inovação aberta.
Closed innovation was the pattern adopted by companies until the early 2000s, where R&D activities were carried out exclusively in their own laboratories. This model is being replaced by open innovation, where firms seek ideas, not just internal, by taking advantage of the creative capacity from other sources, such as customers, suppliers, universities, research institutes or independent inventors, with whom they establish partnerships. By this means, firms can get better and cheaper innovations in a shorter time, and also offer to the market their internal inventions that are not used, generating income. Among the most relevant aspects of the open innovation concept are the changes in the organizational culture, in the business model, and in the management of intellectual property (IP), thus resulting in new ways to create value and identify external knowledge useful to the company. This paper studies three Brazilian firms from different sectors that use open innovation as a strategy to increase their competitiveness, aiming to verify the consistency between their practices and the model assumptions, regarding the three aspects mentioned above. The research method was the multiple case study, using primary (interviews) and secondary data (companies’ annual reports, theses, academic papers, articles in newspapers and business journals) through bibliographical and documental research. The results show that business practices do not show complete adherence to the theoretical concepts of open innovation.