covid
Buscar en
Revista Andaluza de Medicina del Deporte
Toda la web
Inicio Revista Andaluza de Medicina del Deporte Fatores associados à incapacidade funcional em idosos brasileiros
Información de la revista
Compartir
Compartir
Descargar PDF
Más opciones de artículo
Visitas
1593
Original
Open Access
Disponible online el 7 de agosto de 2016
Fatores associados à incapacidade funcional em idosos brasileiros
Factores asociados a la discapacidad funcional en ancianos brasileños
Factors associated with functional disability in Brazilian older adults
Visitas
1593
J.S. Virtuoso‐Júniora,c,
Autor para correspondencia
virtuosojr@yahoo.com.br

Autor para correspondência.
, S. Tribessa, A. Smith Menezesb, J. Menegucic, J.E. Sasakia
a Programa de Pós‐Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, Brasil
b Departamento de Educação Física, Instituto Federal de Sergipe, Aracaju, SE, Brasil
c Programa de Pós‐Graduação em Atenção à Saúde, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG, Brasil
Este artículo ha recibido

Under a Creative Commons license
Recibido 21 Octubre 2015. Aceptado 30 Mayo 2016
Información del artículo
Resumen
Texto completo
Bibliografía
Descargar PDF
Estadísticas
Tablas (4)
Tabela 1. Características sociodemográficas associadas a incapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária em idosos
Tabela 2. Condições de saúde e aspectos comportamentais associados a incapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária em idosos
Tabela 3. Razão de pevalência (RP) bruta e multivariável para variáveis independentes em relação à incapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária em idosos
Tabela 4. Variáveis analisadas, dimensões e categorizações
Mostrar másMostrar menos
Resumo
Objetivos

Analisar a associação entre as características sociodemográficas, condições de saúde e aspectos comportamentais, e incapacidade funcional em idosos de três regiões do Brasil.

Método

Estudo com delineamento transversal, com amostra composta por 909 idosos. Dados sobre características sociodemográficas, condições de saúde e aspectos comportamentais foram obtidos por meio de questionários. Modelos de regressão de Poisson com cálculo das razões de prevalências ajustadas foram utilizados para identificar os fatores associados com a incapacidade funcional.

Resultados

A prevalência de incapacidade funcional foi de 51.9%. Após análise multivariada, foi observada associação da faixa etária superior a 80 anos, arranjo domiciliar multigeracional, autopercepção negativa de saúde e menor nível de atividade física com a incapacidade funcional.

Conclusões

A incapacidade funcional é determinada por uma rede complexa de fatores que abrange características sociodemográficas, condições de saúde e aspectos comportamentais. Fatores relacionados a aspectos comportamentais, a exemplo do incentivo a práticas de atividades físicas, poderão contribuir na efetividade da assistência multidisciplinar ao idoso, na qual profissionais de saúde estão inseridos.

Palavras‐chave:
Saúde do idoso
Atividades cotidianas
Atividade motora
Análise multinível
Resumen
Objetivo

Analizar la asociación entre las características sociodemográficas, condiciones de salud y aspectos de comportamiento, e incapacidad funcional en ancianos de tres regiones de Brasil.

Método

Estudio transversal con una muestra de 909 ancianos. Los datos sobre las características sociodemográficas, condiciones de salud y aspectos de comportamiento fueron obtenidos a través de cuestionarios. Modelos de regresión de Poisson con cálculo de razones de prevalencia ajustadas fueron utilizados para identificar los factores asociados a la incapacidad funcional.

Resultados

La prevalencia de la incapacidad funcional fue de 51.9%. El análisis multivariado mostró asociación del grupo de edad de más de 80 años, arreglo de la casa multigeneracional, autopercepción negativa de la salud y menor nivel de actividad física con la incapacidad funcional.

Conclusiones

La incapacidad funcional está determinada por una compleja red de factores que abarcan características sociodemográficas, condiciones de salud y los aspectos de comportamiento. Factores relacionados con a aspectos de comportamiento, tales como el fomento de prácticas de actividad física, pueden contribuir a la eficacia de la atención multidisciplinar a las personas mayores, en la que están insertados los profesionales sanitarios.

Palabras clave:
Salud del anciano
Actividades cotidianas
Actividad motora
Análisis multinivel
Abstract
Objectives

To analyze the association between sociodemographic characteristics, health conditions and behavioral aspects, with functional disability in the elderly from three regions of Brazil.

Method

Cross‐sectional study with a sample of 909 elderly. Data on sociodemographic characteristics, health conditions and behavioral aspects were obtained using questionnaires. Poisson regression models with calculation of adjusted prevalence ratios were used to identify factors associated with functional disability.

Results

The prevalence of functional disability was 51.9%. Multivariate analysis indicated associations of the age group over 80 years, multigenerational household arrangement, negative self‐rated health and lower levels of physical activity with functional disability.

Conclusions

Functional disability is determined by a complex network of factors including sociodemographic characteristics, health conditions and behavioral aspects. Factors related to behavioral aspects such as the programs that promote physical activity may contribute to the effectiveness of multidisciplinary care for the elderly, in which health professionals are inserted.

Keywords:
Elderly Health
Activities of Daily Living
Motor Activity
Multilevel Analyses
Texto completo
Introdução

O envelhecimento populacional intensificado nas últimas décadas tem propiciado modificações na estrutura etária da população brasileira, sendo cada vez mais prevalente o número de pessoas idosas em face aos mais jovens1. Tal acontecimento tem despertado o interesse de especialistas de diferentes áreas do conhecimento para a proposição de serviços, tecnologias e políticas públicas mais eficientes para os idosos.

Na área da saúde, a maior preocupação é quanto à preservação da capacidade funcional, ou seja, a manutenção da capacidade de realizar as atividades diárias2. Em geral, o envelhecimento humano já a partir da terceira e quarta décadas de vida coincide com um período de declínio funcional3, sendo sua acentuação dependente de múltiplos aspectos, entre os quais se destacam a genética e as condições de vida4,5.

O entendimento do processo de perda da capacidade funcional passa a ser importante nesse processo. O declínio funcional inicia na diminuição das funções sociais avançadas (atividades laborais, participação em eventos culturais, atividades esportivas, visitas a amigos e familiares), passando para a perda das funções sociais de ligação entre o domicílio e a comunidade, e, na etapa mais avançada, resulta na perda das atividades básicas, as quais estão relacionadas com as tarefas domésticas diárias de cuidar do próprio corpo e alimentação6,7.

Há diversos estudos que fornecem informações a respeito de fatores relacionados à capacidade funcional8–11, entretanto, são escassas as investigações que estabeleceram um modelo multinível para identificar os fatores sociodemográficos, condições de saúde e aspectos comportamentais associados a incapacidade funcional. Tal informação é útil na ação de profissionais e gestores de saúde na formulação de políticas públicas que estimulem autonomia funcional dos idosos nas atividades diárias. Desse modo, o objetivo desta investigação foi analisar a associação entre as características sociodemográficas, condições de saúde e aspectos comportamentais, e incapacidade funcional em idosos de três regiões do Brasil.

Método

A presente investigação caracteriza‐se como transversal, sendo parte do estudo populacional «Passos para o envelhecimento ativo – PEA/Brasil», o qual consistiu em inquérito domiciliar nos municípios de Ilhéus/BA, Caratinga/MG e Nova Santa Rosa/PR, no período de março a maio de 2009. Esses três municípios foram selecionados por conveniência, devido às peculiaridades socioeconômicas e culturais oriundas das regiões nordeste, sudeste e sul do país.

Amostra

A amostra foi constituída por 909 pessoas com idade60 anos, sendo adotados um intervalo de confiança de 95% (IC 95%), 80% de poder de teste, margem de erro de 5% para as estimativas intervalares e n=0.5 para a proporção estimada12.

Para o cálculo do número de idosos, foi respeitada a proporção populacional em cada município. Para o cálculo dos idosos nos bairros elegíveis, utilizou‐se a técnica de amostragem estratificada proporcional, a partir do procedimento de sorteio, em cada município, e conhecimento do número de idosos em cada bairro. Para a definição exata destes valores, utilizou‐se os dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde – Secretaria Municipal de Saúde nos respectivos municípios; cálculo da proporção que cada estrato (bairro) representa na população (pi), número total de idosos nos municípios (N), número total de idosos em cada estrato (bairro) (Ni)11; e, cálculo do número de sujeitos da amostra para cada estrato (ni), considerando o número de idosos que compõe a amostra (n) e a proporção que cada estrato representa na população (pi): ni = pi·n

Após o cálculo do número de idosos para cada estrato (bairro), considerou‐se pelo menos dez idosos naqueles setores onde o cálculo amostral foi inferior a cinco. Após esse procedimento, foi realizado um sorteio aleatório para selecionar o primeiro domicílio a ser visitado dentro de cada bairro. A seguir, os domicílios foram visitados a partir do sentido horário. Quando o domicílio não apresentava nenhum idoso residente, considerou‐se aquele imediatamente após. No caso de mais de um idoso, sorteou‐se apenas um para participar do estudo. A amostra inicial foi de 992 idosos. Com as perdas previstas (10%), obteve‐se uma amostra final de 909 idosos.

A amostra populacional foi constituída por idosos que residiam na zona urbana dos municípios investigados e que não apresentavam doença mental de acordo com declaração de informante, não eram capazes de se localizarem no tempo e espaço, e possuíam dificuldade auditiva ou visual que dificultasse a realização da entrevista. Os idosos que faziam uso de cadeira de rodas, de forma temporária ou definitiva, e apresentavam sequelas de acidente cerebrovascular foram excluídos da amostra.

Esta pesquisa seguiu os princípios éticos presentes na Declaração de Helsínquia. Os protocolos de pesquisa foram avaliados e aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual de Santa Cruz, Brasil (Parecer n.° 32/08).

Delineamento experimental

Uma entrevista multidimensional composta por diversos questionários estruturados foi utilizada para a coleta de dados, sendo realizada por entrevistadores previamente treinados. A confiabilidade dos instrumentos foi testada previamente ao estudo. A tabela 4 apresenta as variáveis avaliadas, a dimensão em que foi classificada e suas respectivas categorizações. Adotou‐se como estratégia para categorizações das variáveis os pontos de corte previamente determinados nos instrumentos utilizados e a distribuição dos dados no grupo participante.

Tabela 4.

Variáveis analisadas, dimensões e categorizações

Dimensão  Variável  Categorização 
Dependente  Capacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária  Dependente e independente 
DemográficaSexo  Masculino e feminino 
Idade (anos)  80 e>80 
Cor da pele  Branca, parda e negra 
Cidade  Caratinga, Ilhéus e Nova Santa Rosa 
SocioeconômicaEstado civil  Vivendo com parceiro e sem parceiro 
Arranjo familiar  Sozinho, com cônjuge, com filho(s), com neto(s) e outros 
Escolaridade  Analfabeto, 1‐5 anos e 6 anos ou mais 
Condição econômica  Classes A/B, C e D/E 
Condições de saúdeNutrição  Normal, risco de desnutrição e desnutrido 
Uso de medicamentos  Nenhum, 1‐2 e mais que 2 
Percepção de saúde  Muito boa, boa, regular e ruim 
Alterações cognitivas  Ausência e presença 
Sintomatologia depressiva  Ausência e presença 
ComportamentalConsumo atual de álcool  Consome e não consome 
Uso de fumo atual  Faz uso e não faz uso 
Nível de atividade física  Quartis 1, 2, 3 e 4 

A variável dependente foi avaliada por meio da versão adaptada do Índice de Lawton13, sendo adotado o ponto de corte de 12 pontos para a presença de dependência funcional do tipo moderada a grave. A condição econômica foi avaliada de acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil14. Para avaliar a nutrição, utilizou‐se o questionário Mini Avaliação Nutricional15, sendo adotado como ponto de corte>23.5 para normal, entre 17.0‐23.5 para risco de desnutrição e<17.0 para desnutrido. A avaliação da função cognitiva foi realizada através do Questionário Brazil Old Age Schedule (BOAS)16, com ponto de corte padrão de quatro pontos para a presença de alterações cognitivas severas. A sintomatologia depressiva foi avaliada por intermédio da versão adaptada da Escala de Depressão Geriátrica (GDS‐15)17, com o ponto de corte padrão de cinco pontos para a presença de sintomatologia depressiva. O nível de atividade física habitual foi avaliado pela participação em atividades físicas de intensidade moderada e vigorosa (min/sem), de acordo com a versão longa do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) adaptada para idosos18,19. A partir do tempo total em atividade física (min/sem), os idosos foram divididos de acordo com a distribuição no grupo (quartis).

Análise estatística

Para confecção do banco de dados foi utilizado o software Epidata, versão 3.1b, e as análises por meio do pacote estatístico SPSS (versão 15.0).

Na análise dos dados foram realizados procedimentos da estatística descritiva (frequência absoluta e relativa) e inferencial. O teste do qui‐quadrado foi empregado para análise bivariada entre as variáveis avaliadas e a incapacidade funcional para as atividades instrumentais da vida diária (AIVD). Modelos de regressão de Poisson, utilizando a medida da razão de prevalência (RP) com intervalo de confiança (IC) 95%, foram empregados para avaliar a associação bruta entre as variáveis explicativas (demográficas, socioeconômicas, condições de saúde e comportamentais) com o desfecho de incapacidade funcional nas AIVD. O teste de Wald para heterogeneidade foi utilizado para verificar o nível de significância da relação entre a variável dependente e as independentes.

O modelo hierárquico foi adotado na análise multivariável para ajustar a variável dependente «incapacidade funcional nas AIVD» às variáveis explicativas. A entrada das variáveis no modelo seguiu a ordem dos quatro níveis. O nível 1 foi composto pelas variáveis demográficas (sexo, idade, cor da pele e cidade); o nível 2 por variáveis socioeconômicas (estado civil, arranjo familiar, escolaridade e condição econômica); o nível 3 pelas condições de saúde (nutrição, uso de medicamentos, percepção de saúde, avaliação da função cognitiva e sintomatologia depressiva) e o nível 4 pelos aspectos comportamentais (consumo atual de álcool, uso de fumo atual e nível de atividade física habitual).

Para a entrada das variáveis no modelo ajustado, o critério adotado foi o valor de p0.20 do teste de Wald na análise bruta. Na análise multivariável, as variáveis de ajuste foram aquelas do mesmo nível e do nível superior que apresentaram um valor de p<0.05.

Resultados

A taxa de resposta no presente estudo foi de 91.6%. A prevalência para incapacidade funcional nas AIVD foi de 51.9%. A tabela 1 descreve as características sociodemográficas dos idosos de acordo com a ausência e presença de incapacidade funcional nas AIVD. Entre os idosos mais velhos (>80 anos) e aqueles do sexo feminino, a prevalência da incapacidade funcional foi mais elevada, observando‐se diferença significativa. As condições relativas a cor da pele negra, residir na cidade de Ilhéus, viver sem parceiros, residir com os filhos, ser analfabeto e pertencer às menores classes econômicas foram fatores mais prevalentes para a incapacidade funcional.

Tabela 1.

Características sociodemográficas associadas a incapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária em idosos

Variáveis socioeconômicasnIncapacidade funcional nas AIVD
Ausência  Presença  χ2 (p)
Sexo        3.95 (0.047)
Masculino  354  50.5  49.5 
Feminino  555  43.8  56.2 
Idade (anos)        70.54 (<0.001)
80  778  53.6  46.4 
>80  131  13.8  86.2 
Cor da pele        9.21 (0.027)
Branca  509  52.1  47.9 
Parda  281  44.3  55.7 
Negra  114  38.6  61.4 
Cidade        12.20 (0.002)
Caratinga  443  44.7  55.3 
Ilhéus  152  40.9  59.1 
Nova Santa Rosa  307  55.7  44.3 
Estado civil        26.74 (<0.001)
Vivendo com parceiro  520  55.3  44.7 
Vivendo sem parceiro  387  37.9  62.1 
Arranjo familiar        52.51 (<0.001)
Sozinho  95  66.3  33.7 
Com cônjuge  297  59.8  40.2 
Com filho(s)  380  36.4  63.6 
Com neto(s)  97  42.7  57.3 
Outros  40  37.5  62.5 
Escolaridade        51.51 (<0.001)
Analfabeto  150  21.3  78.7 
1‐5 anos  562  53.5  46.5 
6 anos  185  53.3  46.7 
Condição econômica        15.33 (<0.001)
Classe A/B  106  53.3  46.7 
Classe C  448  53.0  47.0 
Classe D/E  351  39.7  60.3 

X2: Qui‐quadrado.

Em relação às condições de saúde e aspectos comportamentais, estar desnutrido, fazer uso de mais de dois medicamentos, ter a percepção de saúde negativa (regular e ruim), apresentar alterações cognitivas, sintomatologia depressiva e pertencer ao quartil inferior do nível de atividade física (≤60min/sem) foram fatores associados à incapacidade funcional nas AIVD (tabela 2).

Tabela 2.

Condições de saúde e aspectos comportamentais associados a incapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária em idosos

VariáveisnIncapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária
Ausência  Presença  χ2 (p)
Nutrição        47.04 (<0.001)
Desnutrido  23  4.3  95.7 
Risco de desnutrição  184  30.4  69.6 
Normal  650  53.8  46.2 
Uso de medicamentos        43.5 (<0.001)
Nenhum  107  63.6  36.4 
1‐2  316  57.0  43.0 
>465  36.9  63.1 
Percepção de saúde        65.54 (<0.001)
Muito boa  29  69.0  31.0 
Boa  428  59.7  40.3 
Regular  384  38.1  61.9 
Ruim  67  19.4  80.6 
Alterações cognitivas        66.99 (<0.001)
Ausência  788  53.0  47.0 
Presença  115  12.2  87.8 
Sintomatologia depressiva        19.9 (<0.001)
Ausência  698  51.9  48.1 
Presença  207  34.3  65.7 
Consumo atual de álcool        2.30 (0.130)
Consome  102  54.9  45.1 
Não consome  803  46.9  53.1 
Uso de fumo atual        0.55 (0.459)
Faz uso  99  44.4  55.6 
Não faz uso  808  48.4  51.6 
Nível de atividade física (min/sem)        131.37 (<0.001)
Quartil 1 (≤60.00min/sem)  227  22.0  78.0 
Quartil 2 (60.01‐210.00min/sem)  231  43.7  56.3 
Quartil 3 (210.01‐460.00min/sem)  209  53.8  46.2 
Quartil 4 (>460.00min/sem)  220  75.3  24.7 

X2: Qui‐quadrado.

A tabela 3 apresenta a análise bruta entre a incapacidade funcional e as variáveis independentes, seguida da análise multivariada. Para as variáveis do primeiro nível (demográficas), a probabilidade de incapacidade funcional foi significativa para os idosos com idade superior a 80 anos, tanto na análise bruta quanto na análise ajustada pelas demais variáveis demográficas.

Tabela 3.

Razão de pevalência (RP) bruta e multivariável para variáveis independentes em relação à incapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária em idosos

VariáveisIncapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária
Análise brutaAnálise multivariável**
RP (IC 95%)Wald  RP (IC 95%)Wald 
(p‐valor)  (p‐valor) 
Sexoa
Masculino  1.888 (0.169)1.316 (0.251)
Feminino  0.88 (0.73‐1.06)  0.90 (0.75‐1.08) 
Idadea
80 anos  32.732 (<0.001)28.527 (<0.001)
>80 anos  1.86 (1.50‐2.30)  1.79 (1.45‐2.22) 
Cor da pelea
Branca  4.395 (0.222)   
Parda  1.16 (0.95‐1.42)     
Negra  1.28 (0.98‐1.67)     
Cidadea
Caratinga  5.807 (0.055)3.958 (0.138)
Ilhéus  1.07 (0.84‐1.36)  1.06 (0.83‐1.35) 
Nova Santa Rosa  0.80 (0.65‐0.99)  0.83 (0.67‐1.03) 
Estado civilb
Vivendo com parceiro  12.695 (<0.001)2.174 (0.140)
Vivendo sem parceiro  1.39 (1.16‐1.66)  1.19 (0.94‐1.51) 
Arranjo familiarb
Mora sozinho  24.620 (<0.001)13.163 (0.011)
Com o cônjuge  1.19 (0.81‐1.76)  1.53 (0.98‐2.39) 
Com filho(s)  1.88 (1.31‐2.73)  1.89 (1.29‐2.77) 
Com neto(s)  1.70 (1.10‐2.63)  1.86 (1.19‐2.90) 
Outros  1.85 (1.10‐3.13)  1.88 (1.09‐3.25) 
Escolaridadeb
6 anos  27.189 (<0.001)5.637 (0.060)
1‐5 anos  0.99 (0.78‐1.27)  0.977 (0.75‐1.26) 
Analfabeto  1.68 (1.27‐2.22)  1.29 (0.95‐1.75) 
Condição econômicab
Classe D/E  7.199 (0.027)3.823 (0.148)
Classe C  0.78 (0.65‐0.95)  0.82 (0.68‐1.00) 
Classe A/B  0.77 (0.57‐1.06)  0.86 (0.62‐1.20) 
VariáveisIncapacidade funcional nas atividades instrumentais da vida diária
Análise brutaAnálise multivariável**
RP (IC 95%)Wald  RP (IC 95%)Wald 
(p‐valor)  (p‐valor) 
Nutriçãoc
Normal  22.788 (<0.001)3.088 (0.214)
Risco de desnutrição  1.51 (1.23‐1.85)  1.23 (0.97‐1.56) 
Desnutrição  2.07 (1.34‐3.19)  1.06 (0.63‐1.78) 
Uso de medicamentosc
Nenhum  20.201 (<0.001)4.526 (0.104)
1‐2  1.18 (0.83‐1.69)  1.13 (0.78‐1.64) 
>1.73 (1.24‐2.42)  1.37 (0.96‐1.96) 
Percepção de saúdec
Muito boa  30.591 (<0.001)8.036 (0.045)
Boa  1.30 (0.66‐2.54)  1.10 (0.51‐2.38) 
Regular  1.99 (1.02‐3.88)  1.44 (0.66‐3.13) 
Ruim  2.60 (1.28‐5.26)  1.66 (0.72‐3.81) 
Alterações cognitivasc
Ausência  30.984 (<0.001)1.770 (0.183)
Presença  1.87 (1.50‐2.33)  1.21 (0.91‐1.60) 
Sintomatologia depressivac
Ausência  9.452 (0.002)0.014 (0.907)
Presença  1.37 (1.12‐1.67)  0.99 (0.77‐1.25) 
Consumo atual de álcoold
Não consome  1.097 (0.295)   
Consome  0.85 (0.63‐1.15)     
Uso de fumo atuald
Não faz uso  0.263 (0.608)   
Faz uso  1.08 (0.81‐1.43)     
Nível de AF (min/sem)d
Quartil 4 (>460.00min/sem)  59.292 (<0.001)31.903 (<0.001)
Quartil 3 (210.01‐460.00min/sem)  1.87 (1.34‐2.61)  1.70 (1.21‐2.38) 
Quartil 2 (60.01‐210.00min/sem)  2.28 (1.66‐3.13)  1.89 (1.37‐2.62) 
Quartil 1 (≤60.00min/sem)  3.16 (2.33‐4.29)  2.47 (1.79‐3.40) 

AF:atividade física; RP: Razão de Prevalência; IC: Intervalo de Confiança.

**,aajustado pelo nível demográfico; bajustado pelos níveis demográfico e socioeconômico; cajustado pelos níveis demográfico, socioeconômico e condições de saúde; d ajustado pelos níveis: demográfico; socioeconômico; condições de saúde e comportamental.

Em relação ao nível socioeconômico, o estado civil, escolaridade e condição econômica foram significativamente associados à incapacidade funcional nas AIVD na análise bruta, porém, não mantiveram a significância na análise multivariável. Por outro lado, idosos que residiam com filhos (RP=1.89; IC 95%: 1.29‐2.77), netos (RP=1.86; IC 95%: 1.19‐2.90) e outros (RP=1.88; IC 95%: 1.09‐3.25) apresentaram maior probabilidade para a incapacidade funcional, tendo como referência aqueles que moravam sozinhos, mesmo após ajuste pelas demais variáveis socioeconômicas e a idade.

Na análise da associação das condições de saúde (terceiro nível) com incapacidade funcional nas AIVD, apesar de todas as variáveis terem apresentado significância na análise bruta, apenas a percepção de saúde se manteve associada na análise multivariável. Em relação aos aspectos comportamentais, apenas o nível de atividade física apresentou significância na análise bruta. Após ajuste pela percepção de saúde, arranjo familiar e idade, aqueles que realizavam atividade física entre 60.01‐210.00min/sem (RP=1.70; IC 95%: 1.21‐2.38), 210.01‐460.00min/sem (RP=1.89; IC 95%: 1.37‐2.62) e>460.00min/sem (RP=2.47; IC 95%: 1.79‐3.40) apresentaram maior probabilidade de incapacidade funcional nas AIVD, quando comparados aos idosos que realizavam60.00min/sem de atividade física em intensidade moderada a vigorosa.

Discussão

A incapacidade funcional está condicionada a perda de funções sociais, sendo a etapa posterior às limitações funcionais20. Apesar dos diferentes níveis de incapacidade funcional distribuídos nos estratos das atividades avançadas, intermediárias e básicas da vida diária, a diminuição das funções em qualquer destes estratos é um forte indicativo para a necessidade de cuidados e/ou intervenções especiais6,7.

As interações dos componentes contidos nos modelos teóricos explicativos para o declínio funcional são complexas, mas alguns elementos são consensuais entre os especialistas quanto à importância para a preservação da condição funcional, a exemplo da prática de atividade física4,8. Entretanto, a identificação de fatores associados com a incapacidade funcional e desta para com os níveis de atividade física ainda é pouco explorada, sendo restrito na maior parte das vezes a levantamentos isolados específicos a determinados municípios brasileiros10,21.

Neste estudo, a prevalência de incapacidade funcional foi maior para as mulheres, o que corrobora com a literatura, ainda que o escore tenha sido superior a outros levantamentos populacionais no país11,22. A maior prevalência de incapacidade funcional nas AIVD em mulheres, quando comparada aos homens, pode ser parcialmente explicada por diferenças numéricas dos mesmos na população23. Existem cerca de 95.3 homens para cada 100 mulheres no Brasil, sendo que as mulheres idosas têm maior chance de serem acometidas por alguma doença crônica, quando comparadas aos homens da mesma faixa etária e estrato social24.

Dentre as características sociodemográficas, apenas as variáveis idade e arranjo familiar se evidenciaram relacionadas com a incapacidade funcional nas AIVD na análise multivariável. No geral, é esperado o declínio das condições funcionais com o avanço da idade cronológica25. Em relação ao arranjo familiar, conforme em estudos prévios26,27, idosos que residem em ambientes multigeracionais apresentaram maior probabilidade de incapacidade funcional nas AIVD. Uma das possíveis explicações é que tais idosos tendem a ser privados da realização de algumas das atividades de maior complexidade, as quais envolvem participação social. Por outro lado, é possível também que os idosos com incapacidade funcional são justamente aqueles que dependem de maiores cuidados e, portanto, residem com seus familiares.

Sobre as variáveis relacionadas às condições de saúde, apenas a percepção de saúde se associou a incapacidade funcional nas AIVD na análise multivariável. Possivelmente, os idosos percebem negativamente o seu estado de saúde pelo fato de não mais serem capazes de executar independentemente atividades que envolvem a comunidade, como, por exemplo, utilizar o telefone, fazer compras e lidar com as finanças. Essa explicação é sustentada pelo estudo de Drum et al.28, os quais realizaram uma análise secundária de dados do «Behavioural Risk Factor Surveillance System» e verificaram que aquelas pessoas que reportaram limitação para execução de alguma atividade tendem a perceber a sua saúde diferentemente daqueles que não apresentam nenhuma incapacidade.

Quando analisadas as variáveis comportamentais, apenas o nível de atividade física demonstrou estar significativamente associado à incapacidade funcional nas AIVD, mesmo quando ajustada pela idade, arranjo familiar e percepção de saúde. Foi observado que os idosos com o nível de atividade física no quartil mais baixo apresentaram maior probabilidade de incapacidade funcional nas AIVD quando comparado àqueles mais ativos fisicamente, conforme já demonstrado em outros estudos em diversos países29. Um dos mecanismos pelos quais a atividade física pode prevenir a incapacidade funcional é por meio da atenuação de declínios fisiológicos relacionados ao envelhecimento. Tais declínios frequentemente estão relacionados a limitações funcionais. A participação em diferentes tipos e intensidades de atividades físicas é associada com a preservação das funções cardiorrespiratórias, musculoesqueléticas e neuromusculares30–35. Assim, os resultados do presente estudo indicam a necessidade de intervenções para o incentivo da prática de atividade física, em prol da preservação funcional do idoso36.

Algumas considerações devem ser destacadas em relação ao presente estudo. Como ponto forte do estudo, destaca a representatividade da amostra em três municípios de distintas regiões. Entretanto, as diferenças regionais podem ser consideradas limitações do estudo, uma vez que questões culturais podem possibilitar uma confusão na compreensão de informações autorrelatadas.

Os dados analisados neste estudo permitem concluir que a idade, arranjo familiar, percepção de saúde e nível de atividade física são fatores associadas à incapacidade funcional nas AIVD. Neste sentido, intervenções de aconselhamento a algumas condutas de saúde, a exemplo da prática de atividade física, podem fazer parte das ações de assistência multidisciplinar ao idoso diante de uma abordagem multiprofissional. Tal estratégia contribui para preservar a capacidade funcional no envelhecimento e reduzir a necessidade precoce de cuidados hospitalares. Adicionalmente, sugere‐se maior vigilância da população idosa em relação aos níveis de atividade física e a priorização de intervenções que incentivem os idosos menos ativos à adoção de práticas de atividades físicas regulares.

Responsabilidades éticasProteção de pessoas e animais

Os autores declaram que os procedimentos seguidos estavam de acordo com os regulamentos estabelecidos pelos responsáveis da Comissão de Investigação Clínica e Ética, e de acordo com os da Associação Médica Mundial e da Declaração de Helsínquia.

Confidencialidade dos dados

Os autores declaram ter seguido os protocolos do seu centro de trabalho acerca da publicação dos dados de pacientes.

Direito à privacidade e consentimento escrito

Os autores declaram ter recebido consentimento escrito dos pacientes e/ou sujeitos mencionados no artigo. O autor para correspondência deve estar na posse deste documento.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

Referências
[1]
R.L. Carmo, R.S. Dagnino, I.C. Johansen.
Demographic transition and transition of urban water consumption in Brazil.
Rev Bras Estud Popul., 31 (2014), pp. 169-190
[2]
F.N. Machado, A.N. Machado, S.M. Soares.
Comparison between ability and performance: A study on the functionality of dependent elderly individuals.
Rev Lat Am Enfermagem., 21 (2013), pp. 1321-1329
[3]
P. Rossi, B. Marzani, S. Giardina, M. Negro, F. Marzatico.
Human skeletal muscle aging and the oxidative system: Cellular events.
Curr Aging Sci., 1 (2008), pp. 182-191
[4]
M.C. Janke, L.L. Payne, M. van Puymbroeck.
The role of informal and formal leisure activities in the disablement process.
Int J Aging Hum Dev., 67 (2008), pp. 231-257
[5]
A.R. Brooks-Wilson.
Genetics of healthy aging and longevity.
Hum Genet., 132 (2013), pp. 1323-1338
[6]
L.M. Verbrugge, A.M. Jette.
The disablement process.
Soc Sci Med., 38 (1994), pp. 1-14
[7]
J.M. Guralnik, L. Ferrucci.
The challenge of understanding the disablement process in older persons: Commentary responding to Jette AM. Toward a common language of disablement.
J Gerontol A Biol Sci Med Sci., 64 (2009), pp. 1169-1171
[8]
J.S. Virtuoso-Júnior, S. Tribess, T.R. Paulo, C.A. Martins, V. Romo-Perez.
Physical activity as an indicator of predictive functional disability in elderly.
Rev Lat Am Enfermagem., 20 (2012), pp. 259-265
[9]
D. Palacios-Ceña, R. Jiménez-García, V. Hernández-Barrera, C. Alonso-Blanco, P. Carrasco-Garrido, C. Fernández-de-Las-Peñas.
Has the prevalence of disability increased over the past decade (2000‐2007) in elderly people? A Spanish population‐based survey.
J Am Med Dir Assoc., 13 (2012), pp. 136-142
[10]
J.S. Virtuoso-Júnior, R.O. Guerra.
Functional incapacity among low‐income elderly women.
Cien Saude Colet., 16 (2011), pp. 2541-2548
[11]
M.I. Parahyba, C.C.S. Simões.
Disability prevalence among the elderly in Brazil.
Cien Saude Colet., 11 (2006), pp. 967-974
[12]
H.G. Arango.
Bioestatística: teórica e computacional, com banco de dados reais em disco.
2a ed., Guanabara Koogan, (2005),
[13]
R.L. Dos Santos, J.S. Virtuoso Júnior.
Confiabilidade da versão brasileira da escala de atividades instrumentais da vida diária.
RBPS., 21 (2008), pp. 290-296
[14]
ABEP. Critério de Classificação Econômica Brasil 2003; 2003. [consultado 29 Jun 2016]. Disponível em: www.abep.org/Servicos/Download.aspx?id=08
[15]
Y. Guigoz, S. Lauque, B.J. Vellas.
Identifying the elderly at risk for malnutrition. The Mini Nutritional Assessment.
Clin Geriatr Med., 18 (2002), pp. 737-757
[16]
R. Veras, S. Dutra.
Perfil do idoso brasileiro ‐ questionário BOAS.
UERJ, UnATI, (2008),
[17]
O.P. Almeida, S.A. Almeida.
Reliability of the Brazilian version of the Geriatric Depression Scale (GDS) short form.
Arq Neuropsiquiatr., 57 (1999), pp. 421-426
[18]
T.B. Benedetti, G.Z. Mazo, M.V.G.de Barros.
Aplicação do Questionário Internacional de Atividades Físicas para avaliação do nível de atividades físicas de mulheres idosas: validade concorrente e reprodutibilidade teste‐reteste.
Rev Bras Ciênc Mov., 12 (2004), pp. 25-34
[19]
T.R.B. Benedetti, P. de C. Antunes, C.R. Rodriguez-Añez, G.Z. Mazo, É.L. Petroski.
Reproducibility and validity of the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) in elderly men.
Rev Bras Med Esporte., 13 (2007), pp. 11-16
[20]
J.S. Virtuoso-Júnior, R.O. Guerra.
Factors associated to functional limitations in elderly of low income.
Rev Assoc Med Bras., 54 (2008), pp. 430-435
[21]
G.F.D. Duca, M.C. da Silva, S.G. da Silva, M.V. Nahas, P.C. Hallal.
Incapacidade funcional em idosos institucionalizados.
Rev Bras Ativ Fís Saúde., 16 (2011), pp. 120-124
[22]
Á.C.C. Maciel, R.O. Guerra.
Influência dos fatores biopsicossociais sobre a capacidade funcional de idosos residentes no nordestes do Brasil.
Rev Bras Epidemiol., 10 (2007), pp. 178-189
[23]
L.C. Alves, I.C. Leite, C.J. Machado.
Factors associated with functional disability of elderly in Brazil: A multilevel analysis.
Rev Saúde Pública., 44 (2010), pp. 468-478
[24]
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2008.
IBGE, (2008),
[25]
M.J. Lopes, A. Escoval, D.G. Pereira, C.S. Pereira, C. Carvalho, C. Fonseca.
Evaluation of elderly persons’ functionality and care needs.
Rev Lat Am Enfermagem., 21 (2013), pp. 52-60
[26]
E. Saito, S. Ueki, N. Yasuda, S. Yamazaki, S. Yasumura.
Risk factors of functional disability among community‐dwelling elderly people by household in Japan: A prospective cohort study.
BMC Geriatr., 14 (2014), pp. 93
[27]
J.S. Virtuoso-Júnior, C.A. Martins, L.B. Roza, T.R.S. de Paulo, M.C.L. Ribeiro, S. Tribess.
Prevalence of disability and associated factors in the elderly.
Texto Contexto Enferm., 24 (2015), pp. 521-529
[28]
C.E. Drum, W. Horner-Johnson, G.L. Krahn.
Self‐rated health and healthy days: Examining the disability paradox.
Disabil Health J., 1 (2008), pp. 71-78
[29]
D.H. Paterson, D.E. Warburton.
Physical activity and functional limitations in older adults: A systematic review related to Canada's Physical Activity Guidelines.
Int J Behav Nutr Phys Act., 7 (2010), pp. 38
[30]
D.N. Proctor, L.J. Melton, S. Khosla, C.S. Crowson, M.K. O’Connor, B.L. Riggs.
Relative influence of physical activity, muscle mass and strength on bone density.
Osteoporos Int., 11 (2000), pp. 944-952
[31]
T. Rantanen, J.M. Guralnik, R. Sakari-Rantala, S. Leveille, E.M. Simonsick, S. Ling, et al.
Disability, physical activity, and muscle strength in older women: The Women's Health and Aging Study.
Arch Phys Med Rehabil., 80 (1999), pp. 130-135
[32]
W.M. Kohrt, S.A. Bloomfield, K.D. Little, M.E. Nelson, V.R. Yingling, American College of Sports Medicine.
American College of Sports Medicine Position Stand: Physical activity and bone health.
Med Sci Sports Exerc., 36 (2004), pp. 1985-1996
[33]
T.M. Wilson, H. Tanaka.
Meta‐analysis of the age‐associated decline in maximal aerobic capacity in men: Relation to training status.
Am J Physiol Heart Circ Physiol., 278 (2000), pp. H829-H834
[34]
H. Tanaka, C.A. Desouza, P.P. Jones, E.T. Stevenson, K.P. Davy, D.R. Seals.
Greater rate of decline in maximal aerobic capacity with age in physically active vs. sedentary healthy women.
J Appl Physiol (1985)., 83 (1997), pp. 1947-1953
[35]
T.M. Manini, M. Pahor.
Physical activity and maintaining physical function in older adults.
Br J Sports Med., 43 (2009), pp. 28-31
[36]
A.B. Rezende, E.F. de Miranda, H.S. Ramalho, J.B. da Silva, S.S.C. Herrera, G.R. Reis, et al.
Effects of sensory motor training of lower limb in sedentary elderly as part of functional autonomy.
Rev Andal Med Deporte., 8 (2015), pp. 61-66
Copyright © 2016. Consejería de Turismo y Deporte de la Junta de Andalucía
Descargar PDF
Opciones de artículo
Herramientas
es en pt

¿Es usted profesional sanitario apto para prescribir o dispensar medicamentos?

Are you a health professional able to prescribe or dispense drugs?

Você é um profissional de saúde habilitado a prescrever ou dispensar medicamentos