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Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva
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Inicio Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva Intervenções transcateter em doenças cardíacas valvares
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Vol. 23. Núm. 2.
Páginas 77 (abril - junio 2015)
Vol. 23. Núm. 2.
Páginas 77 (abril - junio 2015)
Editorial
Open Access
Intervenções transcateter em doenças cardíacas valvares
Transcatheter interventions in valvular heart disease
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Áurea J. Chaves
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Nos últimos anos, o implante e o reparo valvular por via transcateter têm se mostrado tratamentos promissores para as valvopatias em pacientes de alto risco cirúrgico ou inoperáveis. O implante de bioprótese valvular aórtica (TAVI) para tratar a estenose aórtica grave demonstrou sua não inferioridade, se comparado à cirurgia em pacientes com risco cirúrgico substancial, e sua superioridade, se comparado ao tratamento médico, em pacientes com risco cirúrgico proibitivo. Já o MitraClip®, único dispositivo percutâneo aprovado para uso clínico no tratamento da insuficiência mitral grave degenerativa ou funcional, mostrou ser não inferior se comparado à cirurgia em pacientes com risco cirúrgico substancial, ou ao tratamento clínico em pacientes com risco cirúrgico proibitivo.

Aperfeiçoamentos nos dispositivos e avanços no setor de imagem cardíaca, em especial da tomografia computadorizada multislice e da ecocardiografia transesofágica tridimensional, têm sido fundamentais para a obtenção de resultados encorajadores e a ampliação da indicação dos procedimentos transcateter.

Nesse contexto, a edição atual da Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva (RBCI) traz dois editoriais especiais: um que aborda uma das complicações mais temíveis do TAVI, a obstrução coronária durante o procedimento, tema do relato de caso de Furini et al., do Hospital São Francisco da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Porto Alegre (RS), e outro que explora os resultados do MitraClip®, utilizado de forma pioneira em nosso meio por Brito Jr. et al., do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo (SP).

Terré, Sergie e Dangas, do Columbia University Medical Center e do Mount Sinai Medical Center, ambos em Nova Iorque, Estados Unidos, em seu editorial, fazem uma verdadeira revisão do tema da obstrução coronária pós‐TAVI, abordando sua incidência, causas, manifestações clínicas típicas e atípicas, e consequências. Adicionalmente, exploram a constelação de preditores clínicos, anatômicos e do procedimento, que desempenham papéis diferentes em cada caso; a contribuição fundamental da tomografia computadorizada multislice e da ecocardiografia transesofágica tridimensional na identificação das situações de alto risco para obstrução; e quando e como adotar medidas de proteção coronária. Trata‐se de leitura imperdível e necessária aos interessados no tema.

Attizzani e Tamburino, do Hospital Ferrarotto, Universidade de Catânia, Catânia, Itália, de grupo pioneiro na utilização do MitraClip® naquele país, em seu editorial, lembram a necessidade, ainda não atendida, da oferta de procedimentos transcateter para pacientes com insuficiência mitral grave de alto risco cirúrgico, e dos benefícios sustentados desse dispositivo no longo prazo, em especial da qualidade de vida. Recordam os resultados do estudo pioneiro Everest II, dos vários registros que têm expandido as indicações do procedimento para anatomias mais complexas, e dos estudos que identificaram preditores de insucesso do procedimento e de eventos adversos no longo prazo. Citam, ainda, o implante de próteses balão‐expansíveis em posição mitral, procedimento ainda com poucos casos realizados em humanos.

Nesta edição, temos ainda artigos originais de três diferentes instituições que exploram os resultados da intervenção coronária percutânea primária em diferentes subgrupos, além de manuscritos que avaliam aspectos variados relacionados ao tratamento da doença coronária, como a influência do uso prévio de estatinas nos resultados da intervenção coronária percutânea na síndrome coronária aguda; a comparação dos resultados de um stent híbrido que libera o sirolimus com os resultados de um stent liberador de everolimus; e a prevalência, a etiologia e as características dos pacientes com infarto agudo do miocárdio tipo 2.

Temos também artigos que mostram resultados de intervenções percutâneas em doenças estruturais, como os do TAVI em pacientes com e sem disfunção ventricular esquerda, e a utilização de stents recobertos para tratar certas variedades morfológicas da coarctação de aorta ou de complicações do implante de stents convencionais nesse cenário. Dois artigos contribuem aos resultados na área de imagem, com a validação de um novo modelo de reconstrução tridimensional de artérias coronárias combinando o ultrassom intracoronário e a angiografia convencional, e a comparação das diferenças entre as dimensões sistólica e diastólica do anel valvar aórtico na angiotomografia computadorizada em pacientes submetidos ao TAVI.

Por último, um dos artigos originais se destaca pelo tema e pela originalidade. Trata‐se do artigo de Staico et al., que relata os resultados promissores da denervação simpática renal em pacientes portadores de cardiodesfibrilador implantável internados por tempestade elétrica. O procedimento reduziu significantemente a carga de arritmias, as sobre‐estimulações e os choques no acompanhamento de 30 dias. Esses resultados somam‐se aos de outros procedimentos de neuromodulação, como estratégia emergente para o tratamento de arritmias desencadeadas por alterações do sistema nervoso simpático.

Boa leitura!

Copyright © 2015. Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. Publicado por Elsevier Editora Ltda
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