Objetivos: Analisar a efetividade da tomografia computorizada de feixe cónico na avaliação do posicionamento, angulação e deslocamento dos côndilos; verificar se existem diferenças na angulação, posição condilar e distância intercondilar, antes e depois da cirurgia ortognática.
Materiais e métodos: Foram avaliadas as alterações condilares em 10 doentes (27,0±6,51 anos) da pós‐graduação da ortodontia da Faculdade de Medicina de Universidade de Coimbra, submetidos a cirurgia ortognática entre dezembro de 2013 e abril de 2015. A angulação, posição condilar e distância intercondilar foram medidas nas tomografias computorizadas de feixe cónico pré e pós‐cirúrgicas. A posição do côndilo foi ainda classificada de acordo com a fórmula de Pullinger e Hollender, antes e após a cirurgia. Uma MANOVA de medidas repetidas e um conjunto de testes post‐hoc foram realizados, para averiguar se havia diferenças estatisticamente significativas entre o pré e pós‐cirúrgico das variáveis em estudo. Uma análise estatística de Kappa foi realizada, para determinar a concordância da classificação da posição condilar antes e depois da intervenção.
Resultados: Não se registaram diferenças estatisticamente significativas entre os valores da angulação e posição dos côndilos, e distância intercondilar pré e pós‐cirúrgica da amostra em estudo. Analisando os valores médios, houve um aumento da angulação axial do côndilo esquerdo e da angulação frontal de ambos os côndilos; e houve uma diminuição da angulação axial do côndilo direito, da angulação sagital de ambos os côndilos e da distância intercondilar. Ambos os côndilos passaram de uma posição anterior para uma posição concêntrica após a cirurgia, exercendo assim um movimento póstero‐inferior.
Conclusões: A tomografia computorizada de feixe cónico é um método útil para a avaliação das variáveis posicionais dos côndilos pré e pós‐cirúrgicas. Verificou‐se que, após a cirurgia, os côndilos tendem a executar um movimento póstero‐inferior. Estudos com maiores amostras e a longo prazo são necessários, para averiguar uma eventual recuperação da posição condilar original e a manutenção da estabilidade pós‐cirúrgica.