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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 56. Núm. S1.
Páginas 43 (diciembre 2015)
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Vol. 56. Núm. S1.
Páginas 43 (diciembre 2015)
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# 15. Relação tratamento ortodôntico e recessão gengival: evidência e clínica
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T. Rolo, S. Alves
Área de Medicina Dentária – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
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Introdução: O tratamento ortodôntico (TO) pretende a obtenção de uma oclusão anatómica, funcional e estética com um periodonto saudável. Contudo, frequentes relatos do surgimento de recessões gengivais, durante e após TO, têm sugerido um possível papel do mesmo na etiologia desta patologia periodontal. Associando casos clínicos exemplificativos, o objetivo desta revisão é avaliar a relação existente entre o TO e a recessão gengival, procurando responder à seguinte questão PICO: Em pacientes sujeitos a TO, comparando as alterações gengivais antes e após tratamento, quais os efeitos da movimentação ortodôntica no desenvolvimento e correção de recessões gengivais?

Metodologia: Procedeu‐se a uma revisão científica recorrendo às bases de dados eletrónicas PubMed e Ebscohost, com as palavras‐chave: orthodontic tooth movement; orthodontic treatment; gingival recession e periodontal defects, selecionando artigos publicados entre 2003‐2014, em língua inglesa e portuguesa, e complementada com uma busca manual na biblioteca da AMD. Critérios de inclusão: estudos clínicos humanos (caso‐controlo, coorte, séries de casos clínicos, clínicos controlados randomizados, revisões sistemáticas [RS]), em pacientes periodontalmente saudáveis, com ou sem recessão prévia à execução de TO. Critérios de exclusão: estudos animais, relatos de casos, estudos clínicos humanos com indivíduos portadores de periodontite, doenças sistémicas ou malformações congénitas da cavidade oral, e pacientes com medicação associada a alterações gengivais.

Resultados: Foram selecionados 9 artigos (7 estudos clínicos e 2 RS). Verifica‐se uma predominância de avaliação dos incisivos inferiores, sugerindo uma maior frequência de recessões gengivais durante e após o TO nos casos dos dentes sujeitos a uma maior pró‐inclinação e/ou movimentação para fora do envelope alveolar. Idade, mau controlo de placa bacteriana e biótipo gengival fino são apontados como potenciais fatores preditivos de recessão gengival. Contudo, a metodologia de avaliação periodontal empregue revela‐se inadequada para a validação destes fatores, realçando‐se a necessidade de estudos adicionais.

Conclusões/implicações clínicas: Considerando o baixo nível de evidência científica existente, os incisivos inferiores aparentam ser os dentes mais suscetíveis ao risco de recessão gengival durante ou após o TO. Após validação, a identificação e controlo dos potenciais fatores de risco poderá minimizar o seu agravamento ou desenvolvimento.

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