Objetivos: O objectivo deste estudo foi investigar e comparar as alterações cromáticas de um cimento inorgânico à base de silicato de cálcio, o agregado trióxido mineral, submetido a diferentes condições ambientais.
Materiais e métodos: Vinte e quatro amostras de MTA branco (ProRoot® MTA, Dentsply) em forma de disco (6mm de diâmetro e 4mm de espessura) foram preparadas em moldes de plástico e distribuídas aleatoriamente em quatro grupos (n=6). As amostras foram preparadas de acordo com as recomendações do fabricante. O grupo 1 foi um controlo negativo, onde não foi efetuado qualquer procedimento adicional após a mistura do cimento. No grupo 2 as amostras foram irradiadas durante 60 segundos por uma unidade de polimerização de LED. Os grupos 3 e 4 foram igualmente irradiados nos mesmos moldes, mas após a colocação de uma camada de gel de glicerina e de resina hidrofóbica, respectivamente, sobre o material. As coordenadas de cor foram obtidas de acordo com o sistema de cor L*a*b* da CIE através da análise fotográfica digital calibrada em 3 períodos: 30 minutos (T1), 48 horas (T2) e 7 dias (T3). De forma a compreender as variações de cor observadas foi realizada uma análise complementar por difração de raio‐X. A análise estatística foi efetuada com o programa IBM® SPSS® Statistics, v20 e foram utilizados os testes de Kruskal Wallis, Friedman, bem como ANOVA de um fator para comparação entre grupos (alfa=0,05).
Resultados: A variação da coordenada L* ao longo dos períodos observacionais foi estatisticamente significativa para todos os grupos. A ANOVA determinou diferenças significativas na variação de cor (ΔE) entre os grupos apenas entre T3 e T1 (F=5,127, p=0,009) tendo sido encontrado um valor significativamente superior para o grupo 3 em relação aos grupos 1 e 2 (p<0,05). A análise por difracção de raio‐X não revelou diferenças ao nível dos compostos químicos encontrados entre os diferentes grupos.
Conclusões: A irradiação do MTA branco com uma luz LED de largo espectro não provoca alterações de cor das amostras. O mesmo procedimento associado a um ambiente livre de oxigénio promovido por uma camada de gel de glicerina determina um escurecimento imediato e muito significativo das mesmas, o que não acontece quando a barreira isolante do contacto com o oxigénio é obtida pela colocação de uma camada de resina hidrofóbica. No entanto, após 48 horas a coloração escura desaparece.