Objetivos: Verificar se a dentição (completa/incompleta), a oclusão sagital, a oclusão vertical e os sinais de disfunção temporomandibular se relacionam com o tipo e o tempo mastigatório.
Materiais e métodos: Trata‐se de um estudo comparativo de base descritiva e de metodologia transversal, com uma amostra de 64 indivíduos (n=64) com dentição permanente. Como instrumentos de recolhas de dados, foram utilizados a ficha de caracterização sociodemográfica da amostra e a folha de registo do Teste de Avaliação Clínica da Função Mastigatória do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Whitaker, Júnior e Genaro, 2009). A função mastigatória foi avaliada com pão. Foi efetuado o registo audiovisual para posterior recolha e análise dos dados. A análise estatística envolveu medidas de estatística descritiva e estatística inferencial, tendo sido fixado o nível de significância em alfa<= 0,05.
Resultados: O tipo mastigatório não apresenta relação com nenhuma das variáveis em estudo (dentição completa/incompleta; oclusão sagital, oclusão vertical, sinais de disfunção temporomandibular). O tempo mastigatório mostrou ter uma relação estatisticamente significativa quando relacionado com a oclusão sagital e com a oclusão vertical. Verificou‐se uma proporção mais elevada de sujeitos com tempo mastigatório adequado e oclusão sagital do tipo classe I de Angle; e de sujeitos com tempo mastigatório lento e oclusão sagital do tipo classe II de Angle; e uma proporção significativamente mais elevada de sujeitos com tempo mastigatório rápido e mordida aberta.
Conclusões: Conclui‐se que o tipo mastigatório não apresenta qualquer relação com as variáveis em estudo, ao contrário do tempo mastigatório que mostrou ser influenciado pela oclusão sagital e pela oclusão vertical. Os resultados obtidos podem fornecer um importante contributo para o conhecimento e compreensão da função mastigatória, e como esta se desenvolve perante diversas condicionantes externas.