Objetivos: O objetivo deste estudo foi investigar se os estudantes de Medicina Dentária, futuros Médicos Dentistas estavam conscientes da necessidade da adopção de medidas de controlo de infeção e de que modo as utilizavam na sua atividade clínica, alertando para a sua importância e para a responsabilidade de toda a equipa na prevenção da infeção cruzada.
Materiais e métodos: Foi elaborado um questionário com o intuito de obter informações acerca do conhecimento sobre as medidas de controlo da infeção cruzada e dos principais procedimentos clínicos implicados, incluindo a proteção pessoal, a desinfeção/esterilização e o uso de dique de borracha, entre outros. A população em estudo foi constituída por 129 estudantes de Medicina Dentária das 7 Instituições de Ensino Português. A distribuição da amostra foi analisada com o software SPSS.
Resultados: Dos 129 estudantes que participaram no estudo, a maioria (62%) utiliza regularmente o isolamento absoluto. O treino na colocação do mesmo influencia o seu uso bem como o tempo despendido na sua colocação. A grande maioria dos estudantes (93%) tem a percepção que os aerossóis gerados na prática clinica entram em contato com a mucosa ocular. Porém, apenas 17,1% dos mesmos usam sempre proteção ocular. Quanto à desinfeção/esterilização dos instrumentos rotativos, 96,1% dos estudantes limpam com solução desinfetante de superfície e apenas 30,2% enviam para a esterilização entre cada utilização.
Conclusões: Os estudantes, de um modo geral, conhecem os riscos e as medidas de controlo da infeção cruzada. No entanto, devem, para além das percepções que já possuem, melhorar os níveis de conhecimento e adoção das medidas de controlo da infeção. A educação e monitorização dos corretos procedimentos de controlo de infeção cruzada deve ser encarada como uma prioridade e enfatizada aos estudantes do Mestrado Integrado em Medicina Dentária.