Objetivos: Analisar as necessidades de informação médico‐dentária pelos Médicos e a sua opinião relativamente à implementação de um Registo Clínico Electrónico Integrado (RCEi) nos seus ambientes de trabalho.
Materiais e métodos: Aplicação de um questionário, em formato papel, através de uma abordagem in loco, a 346 médicos a exercer atividade profissional nos Centros de Saúde de Viseu I e III e Hospital de São Teotónio, Viseu. O questionário aborda a necessidade de informação médico‐dentária pelos médicos, encaminhamento de pacientes para consultas de Medicina Dentária e opiniões e considerações acerca da utilização de um RCEi. As questões foram analisadas de acordo com a área de especialidade, função ou título profissional e anos de serviço do médico inquirido.
Resultados: A maioria (89%) dos inquiridos considera essencial a troca bidirecional de informação clínica entre Médicos e Médicos Dentistas, principalmente Otorrinolaringologistas, especialistas em Medicina Geral e Familiar e Pediatras. Da amostra total, 92% dos Médicos inquiridos considera útil a implementação de um RCEi que facilite o acesso a dados médico‐dentários, destacando o estado de saúde oral, lista de problemas dentários, história clínica e diagnósticos dentários como as principais informações a que gostariam de ter acesso. Existe maior tendência para Pneumologistas, especialistas em Medicina Interna e Médicos com menos anos de serviço desvalorizarem esta necessidade de partilha de informação.
Conclusões: A implementação de um RCEi, seguro e confidencial, poderá facilitar o acesso bidirecional a informação clínica relevante do paciente, contribuindo para a realização de um tratamento médico mais efetivo e eficaz. Na opinião dos inquiridos, o diagnóstico dentário e história clínica dentária seriam dados relevantes a incluir num RCEi. A análise qualitativa das vantagens e desvantagens deste sistema pode, posteriormente, ser usada para explorar a viabilidade do mesmo.