Objetivos: Avaliar o efeito do tratamento pós‐polimerização baseado em soluções aquosas de etanol na resistência ao corte e na energia de superfície de resinas acrílicas de rebasamento (Kooliner, Ufi Gel Hard e Probase Cold).
Materiais e métodos: 150 amostras (12×10×6mm) de resina para base da prótese (Probase Hot) foram confecionadas e submetidas a termociclagem. Sobre cada amostra foi colocado um molde de silicone que, preenchido com cada uma das resinas de rebasamento, permitiu obter 50 espécimes de cada. De seguida, foram divididos em 5 grupos (n=10) consoante os diferentes tratamentos: imersão em água ou em soluções aquosas de etanol a 20, 50 ou 70% (V/V), a 55°C durante 10 minutos. Como controlo utilizaram‐se espécimes não tratados. O teste de resistência ao corte foi realizado e o tipo de falha foi determinado. 25 espécimes (24×18×1mm) de cada resina de rebasamento foram confecionados e foram aleatoriamente divididos nos 5 grupos (n=5) de tratamento já referidos. A energia de superfície foi calculada através da determinação dos ângulos de contacto pela técnica de Wilhelmy. Os resultados foram analisados estatisticamente segundo o método de Kruskal‐Wallis com posteriores comparações múltiplas pelo teste de Mann‐Whitney com correção Bonferroni (p<0,05).
Resultados: Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p=0,378) entre os valores de resistência ao corte para os diferentes tratamentos realizados. Os espécimes de Probase Cold demonstraram valores estatisticamente superiores (p<0,001) aos das outras resinas. Todos os grupos apresentaram falhas adesivas. Para Kooliner, o grupo tratado com água apresentou valores de energia de superfície estatisticamente superiores (p<0,05) ao grupo controlo pelo aumento da sua componente polar. Para Ufi Gel Hard, o tratamento com etanol a 70% demonstrou valores de energia de superfície estatisticamente inferiores, quer pelo aumento da sua componente dispersiva, quer pela diminuição da sua componente polar. No Probase Cold, apesar de existirem diferenças nos valores de energia de superfície entre os diferentes grupos, ambas as componentes, dispersiva e polar, não demonstraram diferenças significativas. Kooliner demonstrou valores de energia de superfície inferiores (p<0,001) às outras resinas.
Conclusões: As soluções de etanol como tratamento pós‐polimerização não afetam a adesão entre as resinas de rebasamento e a resina para base da prótese. Relativamente à energia de superfície, as alterações foram mínimas e consideradas clinicamente irrelevantes.