Objetivos: Aferir a prevalência do HPV na cavidade oral de um grupo de mulheres portuguesas, identificar fatores de risco e relacionar os resultados com o conhecimento científico atual. Simultaneamente pretende‐se discutir a relevância do HPV na etiologia de POCP.
Materiais e métodos: O estudo obteve autorização prévia da Comissão de Ética da Universidade Fernando Pessoa. Após obtenção de consentimento informado, 50 mulheres foram submetidas à recolha de amostras de saliva e de células da cavidade oral (recolha com zaragatoa estéril). Foi ainda aplicado um inquérito, previamente aferido, para avaliação de conhecimentos globais e comportamentos de risco. A deteção de HPV nas amostras foi realizada por recurso à técnica de PCR, como previamente descrito pelo grupo de investigação.
Resultados: A amostra é constituída por uma população maioritariamente entre os 20 e os 25 anos, na maioria jovens universitárias. Verificou‐se positividade para HPV em 4,2% da amostra. Das inquiridas 57% são solteiras e 35% são casadas. Quanto aos comportamentos sexuais a maioria das inquiridas teve um parceiro sexual ao longo da vida e a maioria não costuma praticar sexo oral. Do total de inquiridas 83% não realizou a vacina contra o HPV.
Conclusões: A Estomatologia e a Medicina Dentária são valências estratégicas na prevenção e no diagnóstico precoce de POCP. A associação entre HPV e desenvolvimento de POCP é inegável pelo que se recomenda ter presente o seu potencial oncogénico, avaliar a positividade para HPV oral em casos de risco e controlar a infecção por HPV e suas lesões orais associadas.