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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 55. Núm. S1.
Reuniões e Congressos 2014
Páginas e53 (octubre 2014)
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# 8. Avaliação histológica e histomorfométrica da distração osteogénica mandibular
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1802
Francisco Vale*, João Brochado, João Cavaleiro, Francisco Caramelo, Silvério Cabrita, João Luís Maló de Abreu
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
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Introdução: A distração osteogénica (DO) é o processo biológico de neoformação óssea entre segmentos gradualmente separados por tração. Os princípios básicos desta técnica foram sugeridos por Codvilla (1905) mas apenas nos anos 50 Ilizarov aplicou amplamente a técnica em ossos longos, com previsibilidade. Em 1992, McCarthy utilizou a DO para o alongamento mandibular de pacientes portadores de deformidades faciais congénitas e desde então a técnica tem sido cada vez mais aceite no seu tratamento. Embora o ritmo da DO possa influenciar todo o processo, existem poucos estudos experimentais sobre o efeito deste parâmetro na qualidade e quantidade do tecido ósseo neoformado.

Objetivos: Avaliar histologica e histomorfometricamente o efeito de 2 ritmos diferentes de distração na neoformação óssea, durante a distração osteogénica de mandíbulas caninas com distratores dento‐ancorados.

Materiais e métodos: Foram utilizados 10 cães Beagle, com peso entre os 15‐18Kg, dos quais 7 foram submetidos ao protocolo de distração e 3 permaneceram como grupo controlo. Ambas as hemimandíbulas foram utilizadas para efeitos experimentais formando os seguintes grupos: Grupo A: 6 hemimandíbulas constituem o grupo controlo; Grupo B: 7 foram submetidas a 2 ativações diárias (de 12 em 12 horas) de 0,5mm; Grupo C: 7 foram submetidas a uma única ativação diária de 1mm. Após o período de distração seguiu‐se um período de consolidação de 12 semanas, nas quais foi bloqueado o distrator. Foi feita a avaliação histológica e histomorfométrica dos tecidos formados no espaço de distração.

Resultados: A avaliação histológica demonstrou que nos grupos B e C ocorre formação e crescimento centrípeto do tecido ósseo a partir dos segmentos marginais do espaço de distração. Contudo, no grupo B existiu um maior número de situações em que se verificou um preenchimento completo por tecido ósseo, maioritariamente esponjoso, do espaço de distração. No grupo C é de salientar um maior número de situações em que não se verificou união completa entre os segmentos distracionados bem como a mais frequente observação de áreas ocupadas por cartilagem e/ou fibrocartilagem. Foi também observável em ambos os grupos uma heterogeneidade na distribuição estrutural do tecido ósseo neoformado tanto no sentido corono‐apical como vestibulo‐lingual. A análise histomorfométrica concluiu que apenas existem diferenças estatisticamente significativas no coeficiente de variação de neoformação óssea entre as regiões medial e vestibular, lingual e vestibular do espaço de distração.

Conclusão: Os resultados demonstram que o aumento do ritmo de distração de 1 para 2 ativações diárias produz alterações na quantidade e qualidade estrutural dos tecidos neoformados. Ademais, a preservação perióstica lingual aparenta ser favorável à neoformação óssea.

Implicações clínicas: A presente investigação permite inferir que a DO poderá ser efetiva para a correção de deficiências mandibulares e que a distração contínua parece ser mais favorável em detrimento de uma ativação diária.

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