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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 55. Núm. S1.
Reuniões e Congressos 2014
Páginas e38 (octubre 2014)
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# 84. Traumatismo dento‐alveolar na dentição permanente: a propósito de um caso clínico
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Catarina Dourado Sequeira*, Ana Sofia Coelho, Eunice Virgínia Carrilho, Manuel Marques Ferreira
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
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Introdução: Nos traumatismos dentários, as luxações e as fraturas coronárias são as lesões mais frequentes e os incisivos centrais superiores os dentes mais afetados. As causas mais comuns das lesões dento‐alveolares são as quedas, os acidentes de viação e os acidentes decorridos da prática desportiva. O traumatismo dentário deve ser encarado como uma situação de emergência, dado que o sucesso do tratamento está dependente de uma rápida intervenção.

Caso clínico: Paciente do sexo feminino, com 23 anos, compareceu na Área de Medicina Dentária dos CHUC, onde foi encaminhada para a consulta de Traumatologia Dentária. Relatou história de queda acidental com fratura dos incisivos centrais superiores permanentes. Ao exame clínico verificou‐se fratura não complicada do 11 e 21, testes de sensibilidade negativos, com sintomatologia dolorosa à percussão e sem laceração dos tecidos moles. No exame radiográfico verificou‐se fratura da cortical vestibular e exclusão de fratura radicular. Estabeleceu‐se o diagnóstico de luxação lateral palatina com fratura da cortical vestibular. Procedeu‐se à redução da fratura, contenção semi‐rígida e restauração provisória com resinas compostas do 11 e 21. Na consulta de controlo verificou‐se, após exames clínico e radiográfico, a necrose do 11, o que conduziu à realização do tratamento endodôntico. O plano de tratamento incluiu ainda a restauração direta definitiva dos dentes fraturados, através da estratificação com resinas compostas.

Discussão e Conclusões: A extensão da lesão dentária e das estruturas de suporte após um traumatismo dentário é determinada pela energia e direção do impacto e pela resiliência das estruturas envolvidas. As luxações laterais são mais frequentes na população adulta e a necrose pulpar a complicação mais frequentemente observada. Alguns estudos afirmam que a presença de fratura coronária não complicada aumenta significativamente o risco de necrose pulpar em dentes com luxação lateral, revelando a importância de uma rápida intervenção, no sentido de selar os túbulos dentinários expostos. A abordagem dos traumatismos deve ser multidisciplinar para o sucesso da reabilitação estética e funcional destas lesões.

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