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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 57. Núm. S1.
Páginas 10-11 (diciembre 2016)
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Vol. 57. Núm. S1.
Páginas 10-11 (diciembre 2016)
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#023. Tratamento interdisciplinar de deformidade dentofacial de classe II com assimetria facial
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Francisco Fernandes do Vale, Carla Lavado*, Eunice Virgínia Carrilho, Anabela Paula, Sandra Ferreira
Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra
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Introdução: A assimetria facial associada à retrognatia mandibular é uma deformidade dentofacial que pode adquirir graus de severidade que nem a modificação do crescimento, nem a compensação ortodôntica oferecem uma solução satisfatória de tratamento. Nestes casos, apenas o tratamento combinado ortodôntico‐cirúrgico deve ser considerado, pois é a única opção terapêutica que permite a reposição da boa oclusão dentária e estética facial, devolvendo também o bem‐estar psíquico e social afetado pela desfiguração dentofacial.

Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino, de 30 anos de idade, surge na consulta de ortodontia insatisfeita com o tratamento ortodôntico em curso e iniciado há cerca de 4 anos. Após inspeção clínica e estudo dos meios auxiliares de diagnóstico, verificou‐se que a paciente apresentava os seguintes problemas: classe II dentária e esquelética (ANB=8°) por retrognatia mandibular; endognatia maxilar com mordida cruzada à esquerda e em tesoura à direita; assimetria mandibular para a esquerda por falha de crescimento do ramo mandibular e côndilo esquerdo; excessiva expansão dento‐alveolar superior com pró‐alveolia superior e inferior; e falha de torque generalizado. Foi planeado o tratamento ortodôntico‐cirúrgico com os seguintes procedimentos clínicos: alteração da prescrição do aparelho fixo, pois a paciente era portadora de brackets autoligáveis; extrações dos dentes 14, 24, 34 e 44; e correção cirúrgica com Le Fort I avanço maxilar e osteotomia sagital mandibular bilateral de avanço mandibular e reposição da assimetria. Terminado o tratamento ortodôntico‐cirúrgico, foi realizado um branqueamento dentário externo.

Discussão e conclusões: A deficiência mandibular pode resultar de um distúrbio da embriogénese ou de uma causa adquirida pós‐natal e pode aparecer isolada ou associada a síndromes malformativas congénitas. O tratamento ortodôntico‐cirúrgico‐ortognático permite o restabelecimento da oclusão dentária, função mastigatória, função respiratória e harmonia facial dos pacientes com malformação esquelética de classe II. No caso clínico apresentado, todos os objetivos do tratamento foram alcançados, demonstrando a importância da interdisciplinaridade no sucesso do tratamento, quer tratando‐se de pequenos ou grandes atos clínicos, como o branqueamento dentário externo que veio otimizar o resultado final e aumentar a autoestima da paciente.

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