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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 57. Núm. S1.
Páginas 19 (diciembre 2016)
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Vol. 57. Núm. S1.
Páginas 19 (diciembre 2016)
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#048. Previsão de crescimento mandibular em pacientes com classe III em dentição mista
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Sara Teresa Belo*, Joana Cristina Silva, Saúl Castro, Eugénio Martins
FMDUP
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Introdução: Um dos maiores desafios em ortodontia é prever o crescimento mandibular excessivo em crianças com má oclusão de classe III. O uso de variáveis cefalométricas como forma de previsão é um método complexo, dado existir um conjunto de fatores que influenciam esta previsão.

Descrição do caso clínico: Paciente do género masculino com 7 anos compareceu a uma consulta para avaliação da necessidade de tratamento ortodôntico. Do exame clínico destacam‐se uma má oclusão de classe III dentária e esquelética com hipoplasia maxilar, promandibulia com assimetria mandibular e hiperdivergência maxilomandibular. No exame intraoral, verificou‐se que o paciente se encontrava num período de dentição mista precoce, estava presente uma mordida cruzada completa e ainda uma sobremordida incisiva horizontal de ‐3mm e vertical de ‐2mm. Optou‐se por um tratamento em 2 fases, iniciando‐se uma terapêutica precoce aos 7 anos com expansão rápida do palato e tração anterior da maxila com máscara facial. O paciente foi então colocado sob observação até concluir o crescimento, onde se verificou um agravamento da concavidade do perfil e da assimetria mandibular e classe III esquelética com promandibulia. A nível intraoral, verificou‐se a presença de uma mordida cruzada completa, uma relação de classe III completa dentária, uma sobremordida incisiva horizontal de ‐10mm e vertical de ‐5mm. Assim, decidiu‐se prosseguir com o tratamento ortodôntico‐cirúrgico‐ortognático, com cirurgia bimaxilar Le Fort 1 de avanço maxilar e osteotomia sagital de redução assimétrica da mandíbula.

Discussão e conclusões: O tempo de intervenção perante uma desarmonia esquelética é bastante relevante para o planeamento do tratamento. Foram selecionadas 17 variáveis para previsão do crescimento mandibular, as quais melhor expressam a relação maxilomandibular, a relação dentária, a orientação do côndilo e a base do crânio. Neste caso clínico optou‐se por uma intervenção tardia, considerando o padrão de crescimento desfavorável previsto, aguardando‐se até ao fim do crescimento para a realização da cirurgia ortognática. A previsão de crescimento é fundamental durante o diagnóstico e plano de tratamento, uma vez que é essencial na decisão entre uma intervenção precoce e uma intervenção tardia. Se a previsão for errada, a modalidade de tratamento pode ser desadequada e pode até comprometer um tratamento futuro.

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