Objetivos: Verificar a eficácia das variáveis cefalométricas exclusivamente esqueléticas e dentárias, como método previsível no posicionamento dos tecidos moles após o tratamento ortodôntico‐cirúrgico.
Materiais e métodos: A amostra foi composta por indivíduos submetidos a tratamento ortodôntico‐cirúrgico (grupo de estudo) e indivíduos com harmonia facial e oclusão considerada ideal (grupo controlo). Ambos foram submetidos a uma telerradiografia em posição natural da cabeça, com marcadores metálicos para permitir uma melhor identificação das estruturas tegumentares da face. A análise cefalométrica foi realizada pelo método digital com recurso do programa Dolphin Imaging Software/32. Os resultados foram analisados através de um software de análise estatística adequado, tendo sido identificado média e desvio‐padrão. Consideraram‐se estatisticamente significativos valores para p<0,05.
Resultados: Nos andares superior e médio da face, a posição ântero‐posterior do lábio superior é a única medida cefalométrica que apresenta valores estatisticamente significativos entre as 2 populações. A população controlo apresenta um lábio superior mais avançado que a submetida a tratamento ortodôntico‐cirúrgico. As variáveis do andar inferior apresentam, na maioria, diferenças significativas. Ainda que a população de estudo tenha obtido sucesso clínico após o tratamento ortodôntico‐cirúrgico, continua a manter um perfil prognático, com o lábio superior recuado e lábio inferior e mento avançados.
Conclusões: A posição natural da cabeça, os lábios relaxados e os marcadores metálicos são essenciais para a elaboração de uma correta análise e, consequentemente, de um correto diagnóstico e plano de tratamento. O tratamento ortodôntico‐cirúrgico baseado exclusivamente em normas dentoesqueléticas não é suficiente para a obtenção de uma boa estética facial.