Objetivos: Determinar a prevalência de periodontite apical (PA) numa população portuguesa e perceber a influência do tabaco no status periapical.
Materiais e métodos: Foram avaliados 402 processos clínicos e respetivas radiografias panorâmicas, de pacientes da Clínica Dentária do Instituto de Ciências da Saúde de Viseu da Universidade Católica Portuguesa, com pelo menos 8 dentes em boca e com mais de 18 anos, que foram tratados ou estão em tratamento desde janeiro de 2015 a março de 2016. Procedeu‐se ao registo da presença de PA associada ao hábito comportamental do tabaco, por indivíduo. A classificação quanto à severidade das lesões periapicais foi realizada segundo o índice periapical de Ørstavik (PAI). Os hábitos tabágicos foram registados em não fumadores e fumadores.
Resultados: A média de idades da população estudada foi de 46,81±17,5 anos, 57,2% eram do género feminino e 42,8% do género masculino, e a prevalência de indivíduos fumadores foi de 23,9% (do género masculino: 29,7% fumadores; do género feminino: 19,6% fumadores). A prevalência de PA por indivíduo foi de 53,5% sendo que, do total de indivíduos fumadores, 66,7% apresentou pelo menos uma lesão de PA (PAI>=3). Os valores da associação entre hábitos tabágicos e prevalência de PA apresentaram‐se significativamente relacionados (p<0,05).
Conclusões: A associação entre a prevalência de PA e os hábitos tabágicos, verificada neste estudo, salienta a importância que tem sido atribuída recentemente à influência do status oral na saúde geral do indivíduo.