Objetivos: Avaliar a fiabilidade de uma ferramenta informática, Oral Radiographic Differential Diagnosis (ORAD) III, no auxílio do diagnóstico de lesões intraósseas presentes na maxila e mandíbula.
Materiais e métodos: Foram selecionados pacientes com lesões intraósseas da cavidade oral, submetidas a análise histopatológica. Resultaram 38 pacientes, num total de 39 lesões: 19 imagens radiográficas da Clínica Universitária da Universidade Católica Portuguesa (sendo que um dos pacientes apresentava 2 lesões intraósseas) e 20 imagens radiográficas do Departamento de Cirurgia Oral do Hospital Público de Zagreb. A análise das imagens radiográficas das lesões foi submetida a avaliação por 10 alunos do 5.° ano e 10 alunos do 4.° ano de Medicina Dentária. O grupo controlo foi constituído por 6 especialistas na área da medicina e patologia oral. Elaboraram‐se tabelas, comparando diagnóstico histopatológico e diagnósticos dados pelos operadores, sem utilizar o programa ORAD III (momento T1). Posteriormente, os parâmetros das lesões foram introduzidos no programa informático ORAD III, procedendo‐se à comparação dos diagnósticos obtidos através do programa (momento T2) com o resultado histopatológico, em termos de taxas de sucesso (1.a, 2.a ou 3.a opção de diagnóstico do ORAD III) e insucesso.
Resultados: No momento T1, não houve resultados significativos (p=0,69). No momento T2, houve resultados estatisticamente significativos, tanto quando se considerou apenas a 1.ª opção como diagnóstico correto, como também quando se consideraram as primeiras 3 opções (p=0,049 e p=0,011, respetivamente), sendo que, em ambos os casos, o grupo controlo apresentou uma maior percentagem de diagnósticos coincidentes (26,92 e 50,00%, respetivamente).
Conclusões: Dentro das limitações deste estudo, relacionadas sobretudo com o tamanho da amostra, verificou‐se que o grau de conhecimento parece não influenciar a avaliação das imagens radiográficas sem recurso ao programa informático (momento T1). Contudo, o nível de conhecimento na caracterização de lesões radiográficas parece influenciar a avaliação recorrendo ao sistema informático de apoio à decisão clínica (momento T2).