Objetivos: Aplicar um colutório à base de fluor no esmalte erodido, em distintos «timings» de aplicação, comparando a sua microdureza de superfície e analisando microscopicamente a sua superfície.
Materiais e métodos: Quarenta e oito espécimenes de esmalte humano (4x3mm), intactos, livres de cáries e fraturas, foram selecionados aleatoriamente e divididos em 4 grupos: 3 grupos (A‐C), submetidos a um desafio erosivo com Redbull®, de 20 minutos/3xdia, com um intervalo de 2 horas e 40 minutos, durante 7 dias seguidos; um grupo (D) controlo, do esmalte são. Aos grupos A‐C foi aplicado um colutório de fluoreto de estanho e fluoreto de amina (Meridol®) em diferentes tempos: grupo A (n=12), «timing‐antes» do desafio erosivo; grupo B (n=12), «timing‐depois» do desafio erosivo; grupo C (n=12), «timing antes e depois» do desafio erosivo. Grupo D (n=12) esmalte são/não tratado. A cada 10 espécimenes, de cada grupo, foi medida a dureza Vickers recorrendo a um identador HSV‐30® (Shimadzu). A análise estatística dos resultados foi realizada recorrendo ao programa IBM® SPSS® Statistics, versão 24 (teste ANOVA a um fator com um IC de 95% e teste post‐hoc de GamesHowell). Dois espécimenes de cada grupo foram submetidos a uma análise qualitativa da superfície do esmalte por microscopia eletrónica de varrimento.
Resultados: A análise descritiva dos valores médios da dureza de Vickers obtidos para cada grupo (grupo A – 441,98±9,08HV; grupo B – 320,52±13,82HV; grupo C – 469,85±17,98HV; grupo D – 357,58±23,72HV) revela um aumento da microdureza do esmalte quando o colutório foi aplicado «antes e depois» do desafio erosivo (grupo C) e, também, antes desse desafio (grupo A), em comparação com o esmalte são (grupo D). A aplicação do colutório após o desafio erosivo (grupo B) apresentou uma menor microdureza de superfície do esmalte. A análise estatística revelou existirem diferenças significativas entre os vários grupos de estudo (p<0,01 em todos os contrastes). Observam‐se, através de microscopia eletrónica de varrimento, no grupo A e C, regiões de aspeto mais uniforme que correspondem à permanência de matéria orgânica interprismática é à oclusão prismática, devido à presença de fluoreto, respetivamente. No grupo B, é notória uma maior desorganização na orientação dos prismas de esmalte exposto.
Conclusões: A aplicação do colutório Meridol® teve como momento mais favorável o «timing antes‐depois». As imagens obtidas através da microscopia eletrónica de varrimento são compatíveis com os resultados da microdureza.