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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Inicio Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial C-36. Estomatite aftosa recorrente – a propósito de um caso clínico
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Vol. 54. Núm. S1.
Páginas e55-e56 (octubre 2013)
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C-36. Estomatite aftosa recorrente – a propósito de um caso clínico
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8381
Ana Sofia Monteiro Gomes
, Mariana Mestre, André Castro, Paula Vaz, José Mário Rocha
Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto (FMDUP)
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Introdução: A estomatite aftosa recorrente (EAR) é um dos distúrbios mais comuns da mucosa oral presente em indivíduos aparentemente saudáveis. Apesar das características clínicas serem bem definidas, a sua etiologia permanece inconclusiva, embora tenha sido sugerida associação a patologia sistémica. A afta recorrente minor é a variante mais comum da EAR, sendo caraterizada por úlceras superficiais circulares ou ovais, que não ultrapassam os 5mm de diâmetro, dotadas de pseudo-membrana cinza-branca.

Caso clínico: A paciente LS, do sexo feminino, com 59 anos de idade, compareceu na Clínica de Verão da FMDUP com queixa de lesões ulcerosas orais associadas a dor e ardência. Na anamnese destacaram-se os seguintes aspetos: paciente com depressão crónica, gastrite, quistos pulmonares, artrose da anca e hérnia discal. Relativamente à medicação habitual, esta incluía Alprazolam, Lorazepam, Fluoxetina, Dosulepina, Lansoprazol, Propranolol, Aceclofenac, Etoricoxib e suplemento alimentar de probióticos e frutooligossacarídeos. Em exame clínico identificaram-se três úlceras aftosas, com cerca de 2mm de diâmetro, localizadas na face ventral da língua e região interna do lábio e palpação positiva dos gânglios submandibulares. Após avaliação, foi-lhe solicitada ecografia ganglionar submandibular bilateral e prescrito Aloclair® Plus Spray e/ou Pyralvex® e um complexo multivitamínico, sendo também fornecidas indicações relativas à alimentação. Uma semana depois, verificou-se a remissão quase total das lesões e da palpação ganglionar positiva.

Discussão e conclusões: Neste caso específico, as úlceras orais podem constituir o resultado da conjugação de fatores de risco, como a xerostomia, a polimedicação e imunodepressão. O resultado ecográfico confirmou a natureza inflamatória das adenomegalias e excluiu outro tipo de patologias. A aplicação tópica prescrita, conjugada com a correção alimentar, possibilitou a remissão das úlceras. A medicação prescrita associada a adaptação do regime alimentar permitiu o tratamento das úlceras aftosas e a eliminação da queixa principal da paciente. A etiologia das EAR permanece inconclusiva, dificultando a instituição de terapia efetiva. Contudo, a persistência de adenomegalias, sobretudo em pacientes ansiosos, não deve ser desvalorizada, devendo pesquisar-se a natureza das mesmas.

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