Objetivos: Avaliar a influência do envelhecimento em ácido cítrico na microdureza e resistência à flexão de compósitos nano-híbridos.
Materiais e métodos: Foram fabricados 20 espécimes de dimensão padronizada (2x2x25mm) de cada um dos 7 compósitos estudados (Ceram X Mono; Herculite Ultra; Filtek Supreme XTE; Silorane, Synergy D6; Tetric Evoceram, GrandioSO), utilizando um molde de aço inoxidável. Cada espécime foi fotopolimerizado durante 120 segundos, de acordo com a norma 4049da ISO. O método de envelhecimento (A- 24 horas em H2O; B- imersão em H2O durante 30 dias; C- 24 horas em H2O seguido de 29 ciclos de 6 horas em ácido cítrico alternados com 18 horas em H2O; D- 29 ciclos de 6 horas em ácido cítrico alternados com 18 horas em H2O seguidos de 24 horas em H2O) constituiu a ulterior divisão de forma aleatória dos espécimes fabricados com cada tipo de compósito em 28 grupos experimentais (n=5). Após o período de envelhecimento, a uma temperatura constante de 37°C, foram realizados os ensaios de microdureza Vikers e de resistência à flexão. Os dados de microdureza foram analisados estatisticamente com testes não paramétricos segundo os métodos de Kruscal-Wallis seguindo de comparações múltiplas. Os dados de resistência à flexão foram avaliados com ANOVA seguida de testes post-hoc segundo Tukey. Foi fixada uma significância estatística de 5%.
Resultados: Os valores de microdureza variaram entre 26,4 e 66,1 HV. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas (p<0,001) entre os compósitos. O método de envelhecimento não influenciou a microdureza do Herculite Ultra, Synergy D6 e Tetric Evoceram (p>=0,05). No GrandioSO o método C levou a uma diminuição estatisticamente significativa (p=0,033) da microdureza relativamente ao envelhecimento A. Para os restantes compósitos, o envelhecimento D contribuiu para a obtenção de valores de HV estatisticamente (p<0,05) mais baixos que o método A. Os valores de resistência à flexão variaram entre 80,7 e 162,2MPa. Tanto o tipo de compósito como o esquema de envelhecimento influenciaram de forma estatisticamente (p<0,001) muito significativa a resistência à flexão. Os espécimes testados após 24 horas obtiveram uma resistência estatisticamente (p<0,05) mais elevada que todos os outros. Com o método de envelhecimento D foram registados valores estatisticamente (p<0,05) inferiores aos observados com o método B.
Conclusões: As propriedades físicas estudadas variaram com o tipo de compósito e foram influenciadas pelo tipo de envelhecimento sofrido. (Trabalho desenvolvido no UICOB, unidade I&D n° 4062da FCT).