Objetivos: Realizar um estudo piloto para avaliar a deflexão cuspídea em dentes posteriores restaurados com resinas compostas fotopolimerizáveis, com recurso a redes de Bragg gravadas em fibra ótica (FBG).
Materiais e métodos: Doze cavidades Classe II padronizadas foram preparadas em terceiros molares superiores e subdivididas por 2 grupos (n=6). As restaurações foram efectuadas num único incremento com uma resina composta convencional (Esthet• X® HD) (Grupo 1) e uma resina composta fluída (SDRTM) (Grupo 2). A deflexão cuspídea foi monitorizada em tempo real durante todo o processo de fotopolimerização, recorrendo a FBG. A deformação, expressa em microstrain (μ¿), foi traçada em função do tempo (em minutos), obtendo-se uma curva representativa. Para além da deformação, foram registadas as variações de temperatura provocadas somente pela irradiação emitida pelo fotopolimerizador (Bluephase®, Ivoclar Vivadent, Lichtenstein) e também durante a polimerização das resinas compostas. As comparações entre os dois grupos foram determinadas através do método estatístico ANOVA (alfa=0,05).
Resultados: Para ambos os materiais foi possível observar uma ligeira expansão inicial das cúspides imediatamente seguida por uma contração significativa, atingindo valores finais de -2213,19±257,03μ¿ para o Esthet• X® HD e -2078,29±154,01μ¿ para o SDRTM, correspondendo a uma contração absoluta de 8,60±1,00μm e 8,07±0,60μm, respetivamente.
Conclusões: As redes de Bragg em fibra ótica podem ser utilizadas para avaliação do comportamento de deflexão cuspídea com grandes vantagens na monitorização da deformação em tempo real, durante todo o processo de polimerização das resinas compostas.