Objetivos: Avaliar o conhecimento e informação sobre HPV, nomeadamente a sua relação com cancro oral, numa população universitária a frequentar o curso de Medicina Dentária.
Materiais e métodos: Foram aplicados 379 inquéritos a alunos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária do Instituto Superior de Ciências da Saúde do Norte (ISCS-N). Foram incluídos alunos a frequentar um dos cinco anos do Mestrado Integrado em Medicina Dentária do ISCS-N e excluídos os casos de inquéritos incompletos, mal preenchidos ou adulterados. Colocaram-se várias questões que incluíam informação sobre idade, sexo, ano de curso, cancros mais frequentes a nível mundial, agente responsável pelas DST mais comuns e cancros associados à infeção por HPV.
Resultados: Dos 379 inquéritos e atendendo aos critérios de exclusão e inclusão, foram excluídos 24, resultando numa amostra final de 355 questionários aptos para serem utilizados no nosso estudo. Esta amostra é constituída por 116 alunos do sexo masculino e 239 do sexo feminino, sendo a média de idades correspondente a 21,8 anos, com um desvio padrão de 3,9. Da amostra total, N=355, 305 dos inquiridos já iniciaram a sua atividade sexual, sendo que 67% utilizavam o preservativo e 75 inquiridos já tiveram quatro ou mais parceiros sexuais até à data. Cinquenta e nove por cento sabem que o cancro da cavidade oral e da faringe está entre os seis cancros mais frequentes em todo o mundo. Dos cancros associados ao HPV, o cancro do colo do útero obteve 87% das respostas, enquanto que o cancro da cavidade oral aparece em segundo lugar com 40,3% das opções. Notou-se níveis de conhecimento mais elevados em alunos dos anos mais avançados e do género feminino.
Conclusões: Existe conhecimento sobre HPV e cancro oral neste grupo populacional, principalmente em alunos no término do curso. Estes resultados confirmam que a informação, o ensino e consciencialização para este problema aumentam o conhecimento sobre a infeção por HPV no ser humano.