Objetivos: O objetivo deste estudo foi investigar se o polimento das amostras para observação ao microscópio electrónico de varrimento (MEV) influencia a adaptação marginal da obturação endodôntica, observada no terço apical, médio e coronário.
Materiais e métodos: Foram selecionados dentes unirradiculares e os canais foram instrumentados com sistema Protaper (Dentsply, Maillefer) até à lima F4. A obturação foi realizada com cones de gutta percha Protaper e um cimento à base de resina epoxi- AH-Plus (Dentsply De Trey), utilizando a técnica de compactação vertical de onda contínua. Os dentes foram secionados perpendicularmente ao longo eixo para obter 36 discos com 2mm de espessura. As amostras foram preparadas para serem observadas ao MEV. Dezoito discos foram polidos com papéis de silicone à prova de água de abrasividade decrescente (até 2500-grit) seguida de discos de tecido com pastas de alumina de grão decrescente (até 1μm) (Buehler, Ltd.). Os outros dezoito discos não foram polidos. A análise estatística foi realizada com o Mann-Whitney U test (p<0,05).
Resultados: Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa quanto à adaptação marginal do material de obturação às paredes dentinárias entre as amostras polidas e não polidas (P=0,479).
Conclusões: Uma vez que não há diferença entre os grupos conclui-se que o polimento das amostras para observação ao MEV não introduz artefactos de forma estatisticamente significativa, pelo que este procedimento é considerado vantajoso, por permitir a obtenção de imagens com melhor qualidade.