Objetivos: Determinação in vitro da cinética do oxigénio resultante da degradação do peróxido de hidrogénio (PH) na superficie do esmalte após branqueamento dentário, por microespectroscopia de Raman.
Materiais e métodos: Foram utilizados 3 dentes hígidos conservados numa solução de cloramina 0.5%, a 4°C, por um período de tempo não superior a 6 meses. As amostras foram cortadas com recurso a um micrótomo de forma a obter 3 amostras por cada dente com uma superfície de esmalte de aproximadamente 0.25 mm2. Aplicou-se um gel de branqueamento dentário contendo 40% de PH (Opalescence Boost, Ultradent, USA) de acordo com as instruções do fabricante num total de 3 aplicações. As amostras foram lavadas com água destilada e secas à temperatura ambiente sobre papel de filtro e depois observadas num micro-espectroscópio confocal Raman com um laser diodo com comprimento de onda de 638 nm. Para a mesma amostra obtiveram-se espectros antes e após o tratamento, com uma resolução de 3 cm-1 num intervalo compreendido entre os 130 e os 2000 cm-1 e fotografias da superfície dentária. Para cada amostra foi calculado o tempo de semi-vida do oxigénio presente. Os resultados são expressos como média +/− erro padrão da média.
Resultados: Todas as amostras testadas apresentaram a mesma tendência na cinética do oxigénio, caracterizada por uma rápida diminuição dos níveis de oxigénio nas primeiras horas. A semi-vida média do oxigénio registada foi de 6h +/− 1 h 30 min.
Conclusões: Os resultados obtidos são hipoteticamente sugestivos de uma desadequação dos tempos de follow up necessários após o branqueamento para a realização de tratamentos restauradores. Será necessária a realização de mais estudos no sentido de estabelecer recomendações de acordo com os níveis de oxigénio presente.