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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 54. Núm. S1.
Páginas e33 (octubre 2013)
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Páginas e33 (octubre 2013)
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I-74. Avaliação de conhecimentos e cuidados de saúde oral em crianças com paralisia cerebral
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Marília Freitas
, Francisco Caramelo, Sara Rosa, Ana Luisa Costa
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC-MD), IBILI
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Objetivos: A paralisia cerebral (PC) é descrita como um conjunto de perturbações do desenvolvimento motor e postural com limitações várias atribuídas a distúrbios não progressivos no cérebro fetal ou infantil em desenvolvimento. Alguns autores referem que estas crianças podem apresentar maior susceptibilidade a diferentes patologias orais, inerentes a condicionantes direta ou indiretamente relacionados doença, nomeadamente alterações anatómicas, fisiológicas, terapêuticas e comportamentais. O principal objetivo deste trabalho residiu na recolha de informação sobre o grau de conhecimentos relativos à saúde oral em crianças com paralisia cerebral frequentadoras da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, de forma a contribuir para a optimização de cuidados preventivos específicos.

Materiais e métodos: Realizaram-se 41 inquéritos (baseados no modelo “Child Oral Health Impact Profile”) aos pais/tutores de crianças dos 2-17 anos com diagnóstico de PC frequentadoras em permanência do jardim de infância e EB1APCC Coimbra Sul, bem como em “regime ambulatório”, cumprindo integralmente os requisitos éticos e institucionais. Os resultados obtidos, depois de inseridos em Microsoft Excel®, submeteram-se a análise estatística descritiva através do programa IBM SPSS v.19.

Resultados: Dos diversos resultados obtidos destaca-se com maior relevância que a totalidade dos pais/tutores consideraram importante o cumprimento da higiene oral das crianças; 82,9% referiram supervisionar a escovagem, em 53,7% bi-diária; 43,9% revelaram que a criança efetuava a escovagem sem auxílio, embora paradoxalmente 63,4% se alimentasse autonomamente. Cerca de 70% dos inquiridos desconhecia a existência de meios adaptados às necessidades de higiene oral, não usando qualquer meio complementar e 73,2% não os procuraram sequer; no entanto, 90,6% se tivessem acesso, usá-los-iam. Paralelamente, em 65,9% das crianças nunca existiu qualquer episódio prévio de odontalgia e apenas 12% relatavam hemorragia gengival associada à escovagem.

Conclusões: É prioritária a instrução e orientação para uma melhoria dos cuidados de saúde oral no quotidiano destas crianças, com implementação de programas de promoção da saúde oral e divulgação da informação relativa aos cuidados em ambulatório. A atuação concertada de uma equipa multidisciplinar é essencial, culminando numa melhoria da qualidade de vida, impelindo-se a que sejam ultrapassadas as barreiras condicionantes do desejável acesso aos cuidados devidos.

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