Introdução: O desvio centrípeto do maxilar superior, resultante dos processos cicatriciais, e a falta de potencial de crescimento podem resultar numa malformação esquelética de classe III em doentes com fenda labiopalatina. Quando estes doentes recorrem à consulta de ortodontia após o pico de crescimento juvenil, o plano de tratamento para o restabelecimento da boa oclusão requer um procedimento ortodôntico cirúrgico ortognático, que geralmente envolve uma cirurgia Le Fort 1 de avanço maxilar.
Objetivo: Realizar uma revisão da literatura para averiguar a aplicação da protração maxilar tardia em doentes com fenda lábio palatina.
Metodologia: A pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed e Cochrane Library, usando como palavras‐chave: «Late maxillary protraction» e «Maxillary Protraction AND orthodontics». Definiram‐se como limites artigos publicados em português e inglês, entre 1998‐2016. Foram encontrados 191 artigos e, após a aplicação dos critérios de inclusão/exclusão e da avaliação do resumo, foram selecionadas 5 referências bibliográficas.
Resultados: Aproximadamente 22‐26% dos doentes com fenda labiopalatina necessitam de cirurgia ortognática para a correção da retrognatia maxilar no final do crescimento. Contudo, a cirurgia ortognática apresenta diversos inconvenientes, como a morbilidade e a maior taxa de recidiva, devido à instabilidade do movimento provocada pela presença de tecido cicatricial. Alguns autores propõem um protocolo alternativo à cirurgia ortognática com 3 componentes: expansão rápida maxilar, constrição e molas de protração maxilar intraoral.
Conclusões/implicações clínicas: A protração maxilar tardia pode ser uma alternativa de tratamento em alguns doentes com fenda labiopalatina durante o início da adolescência.