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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 57. Núm. S1.
Páginas 65 (diciembre 2016)
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Vol. 57. Núm. S1.
Páginas 65 (diciembre 2016)
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SPODF #9. Tratamento da hipoplasia mandibular: uma nova perspetiva ortodôntico‐cirúrgica
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Joana Queiroga*, Jéssica Scherzberg, Luísa Maló, Artur Ferreira, Francisco do Vale
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Introdução: Pacientes com deformidades dentoesqueléticas de classe II constituem um desafio para o ortodontista e para o cirurgião maxilofacial. Para além da obtenção de uma oclusão estável, é fundamental restabelecer a proporcionalidade e harmonia da face. A distração osteogénica deve ser considerada uma opção de tratamento da hipoplasia mandibular.

Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino, 21 anos, classe II esquelética com necessidade de tratamento ortodôntico‐cirúrgico. Foi colocado um distrator dento‐ancorado, de fabrico individualizado. Cirurgicamente, foi realizada a corticotomia entre os pré‐molares inferiores, com ligeiro desvio, de forma a preservar a continuidade do feixe vásculo‐nervoso alveolar inferior. Realizou‐se a osteotomia e, após a verificação da mobilidade óssea, ensaiou‐ se o distrator. Após 7 dias de latência, foi iniciado o processo de aumento do comprimento mandibular, que se fez diariamente, a uma velocidade de distração de 1mm/dia durante 10 dias. Após o período de distração, o dispositivo foi bloqueado, seguindo‐se um período de consolidação de 12 semanas. Verificou‐se um verdadeiro alongamento da mandíbula, traduzido por um aumento do comprimento da arcada mandibular de 8mm em cada quadrante. Para controlar o processo de osteogénese, foram realizadas radiografias panorâmicas.

Discussão: A distração osteogénica é uma alternativa à osteotomia sagital bilateral da mandíbula, com a vantagem de não necessitar de fixação intermaxilar, o período de recobro ser mínimo, com menor dor e menor parestesia, o que a torna um procedimento não incapacitante. A utilização do distrator dento‐ancorado permite que o procedimento cirúrgico seja muito menos invasivo, sem sequelas cicatriciais, e que a colocação seja mais prática e menos traumática para o doente, evitando uma segunda intervenção cirúrgica para a remoção do distrator.

Conclusões: A distração osteogénica dento‐ancorada foi eficiente no alongamento sagital da mandíbula. Desta forma, este procedimento representa uma nova perspetiva ortodôntico‐cirúrgica do tratamento da hipoplasia mandibular.

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