Relatos recentes têm salientado melhorias dramáticas atingidas pelos implantes dentarios e a detecção precoce de cancro oral. Numerosos relatos nos últimos anos tem descrito a utilizaçãoo de implantes orais para a reabilitação de pacientes que estão a ser sujeitos a tratamento para o cancro oral. Apenas 5 destes relatos (o primeiro publicado em 1983 e o ultimo publicado em 2004) descrevem o aparecimento de cancro oral após a inserção de implantes dentários. Baseados em estudos previos, tentamos correlacionar ambos os conceitos, usando um caso clínico como evidencia expe-rimental. O caso clínico relatado aqui refere-se a uma mulher de 62 anos, ex-fumadora moderada, consumidora mode-rada de alcol nos dois anos prévios a cirurgia e que deixou de fumar à 10 anos. Poucas semanas após a inserção dos implantes na zona 41 e 31 começou a desenvolver-se rapidamente uma lesão exofítica a volta de ambos. O estudo histopatológico revelou que a lesão era um carcinoma de células escamosas moderadamente/bem diferenciado. O tratamento consistiu numa mandibulectomia parcial e na remoção dos gânglios linfáticos direito e esquerdo. Este caso sugere a necessidade da recolha exaustiva de dados, e o uso de instrumentos complementares de diagnostico (imagiologia, biopsia) prévio a qualquer tratamento de reabilitação com implantes de modo a prevenir resultados semelhantes a este.
Recent reports have highlighted the dramatic improvements achieved in dental implants and early detection of oral cancer. Numerous reports in the last few years have described the use of oral implants for rehabilitation of patients undergoing treatment for oral cancer. Only five of these reports (the first one published on 1983 and the last one on 2004) seem to describe the onset of oral cancer after the insertion of dental implants. Based on previously reported studies, we have tried to correlate both concepts, using a clinical case as experimental evidence. The clinical case reported here is a case of a 62-year-old woman, moderate ex-smoker, who quit tobacco 10 years ago; she consumed moderate amounts of alcohol for two years before the surgery. A few weeks after the implants were inserted in positions 41 and 31, she began to develop a fast-growing exophytic lesion around them. A histopathologic study revealed that the lesion was a moderately well-differentiated squamous cells carcinoma. Treatment consisted of partial mandiblectomy and removal of both right and left lymph nodes. This case suggests the need for exhaustive collection of data; and use of complementary diagnosis tools (imaging, biopsies) before any rehabilitation treatment with implants to prevent similar developments.
(Chimenos-Küstner E, López-López J, Finestres-Zubeldia F. Squamous Carcinoma after Dental Implants: A Clinical Case. Rev Port Estomatol Cir Maxilofac 2008;49:97–100)