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Vol. 13. Núm. 1.
Páginas 1-2 (enero - marzo 2016)
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Vol. 13. Núm. 1.
Páginas 1-2 (enero - marzo 2016)
Editorial
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Espiritualidade no espaço do cuidado: questões objetivas no plano da subjetividade
La espiritualidad en el espacio del cuidado: cuestiones objetivas en el marco de la subjetividad
Spirituality at the space of care: objective questions within the frame of subjectivity
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N.M.A. Figueiredo
Programa de Pós‐Graduação em Enfermagem e Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
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A espiritualidade foi um dos temas abordados no XXVIII Congreso Nacional e do V Congresso Internacional de Enfermería Pediátrica do Instituto Nacional de Pediatría, no México. Pensar sobre a objetividade do tema da espiritualidade nas ações de cuidar em enfermagem é desafiador, por sua complexidade e pela necessidade em explicá‐la como um fenômeno deslocado da religiosidade ou de «fé em Deus».

Com base em 4 estudos desenvolvidos por nós, podemos afirmar que a espiritualidade no cuidado de enfermagem é um objeto complexo que traz «em si mesmo» algo impreciso, por não possibilitar a produção de dados objetivos no plano da objetividade científica. Os profissionais de enfermagem nomeiam de espiritualidade algo que é sentido pelo corpo, algo que não é visto e tampouco pode ser tocado. Embora tal denominação seja assumida e aplicada na prática de cuidar, as enfermeiras não podem dizer que aplicam «um cuidado espiritual».

Nossas reflexões teórico‐práticas são de que a espiritualidade está nos corpos e no ambiente, a ser objetivada no cuidado. Ela é sustentada no plano humano, quando expressamos alegria, sensibilidade, crença, fé, amor, esperança, solidariedade, tolerância e atenção detalhada à cultura e à religião de cada um de nós e daqueles que cuidamos; atenção à história e à memória de nossa vida e de nossos clientes, para encontrar conexões espirituais em nossos encontros de cuidar.

A espiritualidade é pouco explorada como um tema principal no âmbito das pesquisas de enfermagem. No campo teórico, cabe destacar a Teoria Modelo de Sistemas, de Betty Newman, que defende a espiritualidade como uma variável para o desenvolvimento espiritual a ser considerada no conceito de cuidado de enfermagem, tal como as variáveis fisiológico, biológico e sociocultural; a Teoria Saúde como Expansão da Consciência, de Margaret Newman, que compreende a espiritualidade no processo de vida, que implica em movimentos de nível de consciência facilitado pela intuição, de uma transcendência do ser espaciotemporal a um reino espiritual; a teoria Tornar‐se Humano na Enfermagem, de Rosemary Parse, que defende a espiritualidade como um fenômeno de interesse para a enfermeira, que faz parte do processo Saúde – Universo Humano, e que afirma que o objetivo da enfermeira é descobrir o significado da experiência humana, a partir da perspectiva da pessoa (que cuidamos); a Teoria do Cuidado Transpessoal, de Jean Watson, se apoia na fenomenologia e na filosofia oriental para afirmar que a saúde se refere à unidade e à harmonia do corpo, mente e espírito que está relacionado do verdadeiro ser.

Essas referências indicam o quanto é desafiador objetivar a espiritualidade, nos obrigando a acreditar que as enfermeiras só alcançarão essa objetividade quando lançarem mão de uma expressividade que habita naquilo que é da subjetividade humana. Ou seja, quando exercitarem os seus sentidos – olhar/ver, ouvir/escutar, vntocar/sentir – como se fossem faixas de ondas de transmissão «radiofônicas», para descobrir qual é a necessidade espiritual expressa no corpo de nosso cliente/doente/paciente/enfermo. Isso é a dimensão do humano. Florence Nightingale afirma que a espiritualidade é intrínseca à natureza humana e é o recurso mais profundo e potente de sensação de que dispõe a pessoa.

Embora sejam palavras ou frases que se encontram na história da humanidade, não há como afirmar que pode ser mensurada segundo os critérios e requisitos da ciência. Por ora, preferimos o apoio teórico em Abraham A. Moles, quando diz que vivemos em meio a fenômenos vagos, de coisas imprecisas, de situações variáveis dentro das quais é preciso decidir, fazer, refazer ou tomar posições. Buscar evidências de que a espiritualidade é um tipo de terapia no cuidado de enfermagem, é um desafio e um risco que precisamos correr. Por isso, devemos pensar como um objeto de estudos nas investigações de enfermagem.

Atualmente, temos acreditado que ela é um sinal ou signo que pode aparecer quando nosso corpo está em desvio de saúde, em risco de sua humanidade, em risco no seu ambiente. Os resultados de nossos estudos demonstram que a espiritualidade se expressa no corpo por meio de signos decodificados por clientes e enfermeiros(as), quando se encontram em atividades como: cantar, rezar, jogar, trabalhar, amar. Compreendemos que tem a ver com liberação de energias para a expressão do corpo em si e no espaço onde está.

Cremos, com fins futuros, que os enfermeiros interessados na espiritualidade de seus clientes devem se aprofundar em estudos que tratem o corpo como objeto – sujeito, em busca de encontrar princípios norteadores e de responder questões como:

  • Como aprender nossa própria história e a do outro para encontrar conexões de cuidados?

  • Como aprender a suspeitar de nossos próprios conhecimentos sobre o que pensamos saber acerca da espiritualidade?

O caminho a ser trilhado é o da investigação da prática de enfermagem, por sua dimensão imprecisa manifestada na necessidade humana, necessidade de conhecimento, filosofia, ciência e criação.

A revisão por pares é da responsabilidade da Universidad Nacional Autónoma de México.

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