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Vol. 9. Núm. 2.
Páginas 80-84 (junio 2016)
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Vol. 9. Núm. 2.
Páginas 80-84 (junio 2016)
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Prevalência de fatores de risco coronariano em praticantes de futebol recreacional
Prevalencia de factores de riesgo coronario en jugadores recreacionales de fútbol
Prevalence of coronary risk factors in recreational soccer players
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P.H.G. Gomidesa, O.C. Moreiraa,
Autor para correspondencia
osvaldo.moreira@ufv.br

Autor para correspondência.
, R.A.R. Oliveirab, D.G. Matosc, C.E.P. Oliveirab
a Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal, Florestal, Minas Gerais, Brasil
b Departamento de Educação Física, Universidade Federal de Viçosa – Campus Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, Brasil
c Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde, Universidade de Trás os Montes e Alto Douro, Vila Real, Portugal
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Tabela 1. Distribuição dos praticantes de futebol recreacional, segundo faixa etária
Resumo
Objetivo

Verificar a prevalência dos fatores de risco coronariano em praticantes de futebol recreacional e comparar o risco coronariano de acordo com a faixa etária.

Métodos

Avaliaram‐se 201 homens que praticavam futebol recreacionalmente, com idade média de 25.3±6.0 anos. Todos responderam ao questionário RISKO, que é um questionário contendo 8 fatores de risco, sendo o risco coronariano representado pela soma dos escores obtidos nos 8 fatores de risco. O tratamento estatístico constou da exploração descritiva e da ANOVA oneway, com post hoc Tuckey, para comparação entre as faixas etárias. Adotou‐se um nível de significância de p<0.05.

Resultados

O escore médio de risco coronariano encontrado foi de 18.22±3.49 pontos (12‐29 pontos), classificado como risco médio. Em relação às faixas etárias o risco coronariano médio obtido foi de: 16.58±3.11 pontos para os indivíduos entre 18‐20 anos; 18.21±3.08 pontos para aqueles entre 21‐30 anos; 20.58±3.89 pontos para os sujeitos entre 31‐40 anos; e 21.00±4.53 para aqueles com idade superior a 40 anos. Em relação a cada fator de risco isoladamente, as prevalências observadas, em ordem decrescente, foram: excesso de peso (44.78%), sedentarismo (38.31%), hipercolesterolemia (24.38%), tabagismo (17.41%), hereditariedade (12.94%) e hipertensão (8.46%).

Conclusão

Os fatores de risco coronariano mais prevalentes nos praticantes de futebol recreacional foram o excesso de peso, o sedentarismo e a hipercolesterolemia, apresentando classificação de risco médio e crescimento com o aumento da idade, sobretudo após os 31 anos.

Palavras‐chave:
Saúde
Doenças cardiovasculares
Fatores de risco
Futebol
Resumen
Objetivo

Investigar la prevalencia de factores de riesgo coronario en jugadores recreacionales de fútbol y comparar el riesgo coronario según grupo de edad.

Métodos

Se evaluaron 201 hombres que practicaban fútbol de forma recreativa, con edad media de 25.3±6.0 años. Todos respondieron el cuestionario RISKO, que contiene 8 factores de riesgo y representándose el riesgo coronario por la suma de las puntuaciones obtenidas en los 8 factores. El análisis estadístico incluyó descripción de los datos y ANOVA one way, con post hoc Tukey, para comparaciones entre grupos de edad, con nivel de significación de p<0.05.

Resultados

Se encontró una media de puntuación de riesgo coronario de 18.22±3.49 puntos (12‐29 puntos), que se clasifica como riesgo medio. En cuanto a grupos de edad el riesgo coronario reportado fue de 16.58±3.11 puntos para los individuos del grupo 18‐20 años, 18.21±3.08 puntos para 21‐30 años, 20.58±3.89 puntos para 31‐ 40 años, y 21.00±4.53 para los mayores de 40 años. Para cada factor de riesgo, la prevalencia observada, en orden descendente, fue: sobrepeso (44.78%), inactividad física (38.31%), hipercolesterolemia (24.38%), tabaquismo (17.41%), herencia (12.94%) e hipertensión (8.46%).

Conclusión

Los factores de riesgo coronario de mayor prevalencia en los jugadores recreacionales de fútbol fueron la inactividad física, el sobrepeso y la hipercolesterolemia, con una clasificación de riesgo medio y con aumento del riesgo con la edad, especialmente después de 31 años.

Palabras clave:
Salud
Enfermedad cardiovascular
Factores de riesgo
Fútbol
Abstract
Objective

To determine the prevalence of coronary risk factors in recreational soccer players and compare the coronary risk according to age.

Methods

201 men who practiced soccer recreationally eere evaluated, with a mean age of 25.26±5.96 years. All individuals answered the questionnaire RISKO, which is a questionnaire containing eight risk factors. The coronary risk is represented by the sum of the scores obtained in the eight risk factors. Statistical analysis consisted of descriptive exploration and one way ANOVA with post hoc Tukey, to compare coronary risk between age groups. We adopted a significance level of p <0.05.

Results

The mean coronary risk was 18.22±3.49 points (12‐29 points), classified as medium risk. Regarding age groups the mean coronary risk obtained was: 16.58±3.11 points for individuals between 18 and 20 years; 18.21±3.08 points for those between 21 and 30 years, 20.58±3.89 points for subjects between 31 and 40 years, and 21.00±4.53 for those aged over 40 years. For each risk factor, the prevalence observed in descending order, was: overweight (44.78%), physical inactivity (38.31%), hypercholesterolemia (24.38%), smoking (17.41%), inheritance (12.94%) and hypertension (8.46%).

Conclusion

The coronary risk factors more prevalent in recreational soccer players were overweight, physical inactivity and hypercholesterolemia, showing increased with increasing age, especially after 31 years.

Keywords:
Health
Cardiovascular diseases
Risk factors
Soccer
Texto completo
Introdução

As doenças cardiovasculares (DCV) são a maior causa de morbidade e mortalidade na população adulta mundial1. No Brasil, elas respondem por aproximadamente 32% das mortes em adultos, sendo esta a maior taxa de morte por doenças cerebrovasculares entre países americanos2.

Especificamente em praticantes recreacionais de futebol, a estratificação dos fatores de risco para DCV se torna importante por ser esta a modalidade esportiva mais praticada entre homens acima de 18 anos3, com alta incidência de morte súbita em decorrência do esforço físico4 e pela maioria dos praticantes desconhecerem seu estado de saúde5. Além disso, nota‐se que a prevalência dos fatores de risco coronariano, sobretudo do sedentarismo, aumenta com o avançar da idade6, denotando a necessidade de intervenção precoce, para minimizar os agravos à saúde cardiovascular que podem ser desencadeados pela prevalência de um ou mais fatores de risco.

A incidência de morte súbita é muito baixa, porém a repercussão que isso reflete na mídia gera grande impacto na sociedade, por acometer adultos aparentemente saudáveis e jovens atletas profissionais. Isso porque atletas sempre foram tidos como modelos de saúde, proporcionada pela vida regrada, prática de exercícios físicos regulares e alimentação balanceada7.

A maior proporção de mortes súbitas no futebol está atribuída ao grande número de praticantes desta modalidade e ao seu perfil vigoroso, que gera intensa sobrecarga cardiovascular. Contudo, uma avaliação prévia do risco coronariano poderia identificar problemas cardíacos nesta população8. Nesse sentido, a realização de uma estratificação dos possíveis fatores de risco presentes no indivíduo pode minimizar os riscos para a saúde com a prática da atividade física9.

Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência dos fatores de risco coronariano em praticantes de futebol recreacional e comparar o risco de acordo com a faixa etária.

MétodoAmostra

Foi elaborado um estudo observacional de corte transversal, no ano de 2013, em amostra de praticantes de futebol recreacional, da cidade de Juatuba, interior do estado de Minas Gerais. O cálculo amostral foi realizado segundo Luchesa10, considerando‐se uma população infinita, nível de confiança de 95%, erro máximo de 1% e proporção populacional de 56%8. Como forma de comprovação probabilística, foi necessária uma amostra mínima de 192 indivíduos. Considerando a possibilidade de perdas e recusas, o tamanho da amostra foi acrescido em 10%, buscando a garantia de que o mínimo de sujeitos para fazer parte do estudo fosse atingido. Nesse sentido, o tamanho mínimo da amostra deveria ser de 201 indivíduos.

Participaram do estudo 201 indivíduos adultos do sexo masculino, com idades entre 18‐45 anos, selecionados de forma aleatória. A média de idade da amostra foi de 25.26±5.96 anos. O grupo foi dividido de acordo com a faixa etária, como pode ser observado na tabela 1, para fins de comparação do risco coronariano entre os indivíduos de diferentes faixas etárias. Como critério de inclusão, todos os avaliados deveriam praticar futebol recreacionalmente, no máximo, 3 vezes por semana e assinar o termo de consentimento livre e esclarecido.

Tabela 1.

Distribuição dos praticantes de futebol recreacional, segundo faixa etária

Idade  Masculino
  Idade (anos)* 
10‐20 anos  52  25.87  18.79±1.04 
21‐30 anos  113  56.21  25.11±2.64 
31‐40 anos  31  15.43  33.74±2.39 
>40 anos  2.49  43.60±0.89 
*

Valores de idade expressos em média±desvio‐padrão.

Procedimentos

Para a coleta de dados, utilizou‐se o questionário RISKO, proposto pela Michigan Heart Association (MHA)11. A forma de aplicação do questionário seguiu o padrão utilizado em outros estudos no Brasil8,12–15. Este questionário avalia 8 fatores de risco, sendo eles: idade, hereditariedade, massa corporal, tabagismo, sedentarismo, hipercolesterolemia, hipertensão arterial e sexo. Cada fator de risco possui 6 opções de resposta, sendo que toda a resposta equivale a um escore que representa o risco coronariano referente àquele fator. A soma das pontuações obtidas nas respostas aos 8 fatores de risco corresponde a um escore que representa o risco coronariano. Este escore de risco coronariano é classificado através de uma tabela formulada pela própria MHA11, em que avalia o indivíduo como «bem abaixo da média», caso obtenha um escore menor que 11 pontos; «abaixo da média», caso tenha um escore entre 12‐17 pontos; «risco médio», se tiver escore entre 18‐24 pontos; «risco moderado», caso obtenha pontuação entre 25‐31 pontos; «risco alto», com escore entre 32‐40 pontos; e «risco muito alto», se tiver escore maior que 41 pontos.

O questionário foi aplicado individualmente, por um único avaliador. Os avaliados responderam ao questionário com a menor interferência possível do avaliador. Todas as questões foram respondidas por autorrelato. Sendo assim, todos os resultados de peso, exercício, colesterol e pressão arterial foram derivados de valores autodeclarados.

Foram adotados os seguintes critérios para consideração dos fatores como sendo de risco: idade, maior ou igual a 40 anos16; hereditariedade, ter pelo menos um parente de primeiro grau com DCV na família14; massa corporal, estar com mais de 3 quilos acima do peso padronizado13; tabagismo, fumar diária, semanal ou mensalmente nos últimos 12 meses17; comportamento sedentário, não possuir, nem esforço recreacional moderado18; colesterol, acima de 200mg/dl19; e pressão arterial sistólica, maior ou igual a 140mmHg19.

Todos os procedimentos de coleta de dados atenderam às Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos (Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde), tendo sido aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (of. n.° 187/2011/Comitê de Ética).

Tratamento estatístico

Os dados obtidos foram armazenados e analisados no programa Sigma Stat for Windows versão 3.00. Eles foram submetidos ao teste de normalidade Kolmogorov‐Smirnov. Procedeu‐se, então, a análise descritiva e o teste de ANOVA oneway, com post hoc Tuckey, para comparação do risco coronariano entre os avaliados de diferentes faixas etárias, adotando‐se como nível de significância estatística o valor de p<0.05.

Resultados

Na totalidade da amostra, o escore médio de risco coronariano encontrado foi de 18.22±3.49 pontos (12‐29 pontos). Foram encontrados valores maiores nos indivíduos com idade superior a 40 anos, que obtiveram escore médio de 21.00±4.53 pontos.

A média de pontuação está apresentada na figura 1, bem como a comparação das médias por faixa etária. A distribuição percentual do risco coronariano no total de avaliados e por faixa etária encontra‐se na figura 2. Já na figura 3, está disposta a prevalência de cada fator de risco coronariano.

Figura 1.

Comparação dos escores médios de risco coronariano nos praticantes de futebol recreacional, segundo a faixa etária.

*: p<0.05 em comparação com o grupo etário 10‐20 anos; #: p<0.05 em comparação com o grupo etário 21‐30 anos.

(0.09MB).
Figura 2.

Distribuição percentual do risco coronariano nos praticantes de futebol recreacional, de acordo com a faixa etária.

AR: alto risco; RAM: risco abaixo da média; RBAM: risco bem abaixo da média; RM: risco médio; RMA: risco muito alto; RMOD: risco moderado.

(0.1MB).
Figura 3.

Prevalência de cada fator de risco coronariano nos praticantes de futebol recreacional.

(0.09MB).
Discussão

Os dados obtidos na amostra desse estudo apontam para classificação de «risco médio», para uma idade média de 25.3±6.0 anos. Resultado semelhante foi encontrado em estudo realizado por Moura et al.12 em praticantes de atividade aeróbica.

Apesar da amostra estudada se encontrar em uma classificação de risco médio, ainda assim, deve‐se incentivar a mudança do estilo de vida como forma de prevenir o desenvolvimento de DCV, principalmente pela prática de atividades físicas regulares e também pela reeducação dos hábitos alimentares12.

De acordo com os resultados apresentados na figura 1, há um aumento do escore de risco de acordo com o aumento da idade. Essa tendência também foi observada por Hazar et al.13 em estudantes de educação física e por Sampaio et al.20 em pacientes de uma unidade de estratégia saúde da família.

A elevação do risco coronariano acompanhando o aumento da idade pode associar‐se a alterações genéticas oriundas do processo de envelhecimento, que possuem impacto negativo sobre alguns fatores como índice de massa corporal (IMC), pressão arterial, tolerância à glicose, capacidade cardiorrespiratória e nível de atividade física, aumentando a susceptibilidade a acidentes cardiovasculares6.

O percentual de classificação de risco coronariano nos avaliados do presente estudo apontou que não ocorreu nenhum caso de «alto risco» ou «risco muito alto», o que denota uma possível participação da prática de atividade física como agente redutor do risco coronariano12. Sabe‐se que a prática regular de atividade física está associada à prevenção e/ou aprimoramento da saúde9, podendo diminuir o risco de cardiopatias, por meio do aumento da eficácia no metabolismo de glicose, redução da gordura corporal e diminuição da pressão arterial21.

Dados da amostra estudada demonstram alta prevalência dos fatores de risco modificáveis, como o sobrepeso, sedentarismo, colesterol e tabagismo. Assim, é necessário reavaliar alguns hábitos de vida, que podem ser modificados no intuito de minimizar o impacto deles sobre o risco coronariano global e sobre a possibilidade de surgimento e/ou agravamento de alterações corporais e metabólicas responsáveis pelo aparecimento de DCV8.

Isoladamente, o sobrepeso foi o fator de risco prevalente, sendo encontrado em 44.78% da amostra. Esse resultado supera os encontrados por Hazar et al.13 (36.55%) em estudantes de educação física e por Moreira et al.14 (38.1%) em estudantes universitários. Como os participantes do presente estudo praticam futebol recreacional, no máximo 3 vezes por semana, sendo essa prática possivelmente desvinculada de outros tipos de exercício, a carga de exercício realizada pode não ser suficiente para provocar alterações metabólicas benéficas à saúde, como modificação dos níveis lipídicos, diminuição da pressão arterial e diminuição da gordura corporal, aumentando consequentemente o risco de morbimortalidade8,22.

O segundo fator de risco prevalente, atingindo 38.31% da amostra, foi o sedentarismo. Esse valor foi relativamente baixo se comparado com outros estudos8,12,15,20,23. O comportamento sedentário está associado à maior probabilidade de acúmulo de gordura corporal, potencializando complicações cardiovasculares oriundas dos efeitos desses 2 fatores em conjunto, sendo fatores determinantes para predizer a probabilidade de ocorrência de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral24.

A hipercolesterolemia foi o terceiro fator mais prevalente, atingindo 24.38% da amostra. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia19 demonstram que a hipercolesterolemia tem prevalência de 24.3% na região sul do Brasil, 21.5% na região nordeste, 21.2%, na região sudeste e 20% nas regiões norte e centro‐oeste, o que permite inferir que os achados do presente estudo concordam com a realidade nacional.

Fatores genéticos, dieta, atividade física, porcentagem de gordura corporal e sua distribuição, estresse, idade e outros fatores podem determinar a elevação ou não do colesterol25. Assim, é importante implementar medidas de modificação do estilo de vida para auxiliar na redução desses níveis.

A principal repercussão do presente trabalho se encontra no fato de ter realizado uma avaliação prévia do risco coronariano em um grupo de praticantes de futebol recreacional e, com isso, identificado os fatores de risco cardiovasculares mais prevalentes nesses indivíduos. Não obstante, a partir dessa estratificação do risco cardiovascular e do feedback gerado para os avaliados, por meio da indicação da necessidade de uma avaliação clínica naqueles sujeitos que apresentaram risco cardiovascular mais pronunciado, acredita‐se que foi possível minimizar os riscos a saúde gerados a partir da somatória do estresse físico ocasionado pela prática do futebol com um elevado risco cardiovascular, que poderia possibilitar a ocorrência de eventos cardiovasculares agudos, como a morte súbita. Além disso, este trabalho aponta para o desconhecimento das condições de saúde dos praticantes de futebol recreacional e para a necessidade da realização de uma avaliação pré‐participação, antes que estes indivíduos se submetam a esforços físicos, intermitentes e de alta intensidade, como é o caso do futebol, para que essa prática física não incorra em risco para a saúde dos mesmos.

O fator limitante encontrado se refere ao instrumento de coleta de dados. Pesquisas com questionário possuem caráter subjetivo, visto que os valores podem ter sofrido influência do desconhecimento do estado de saúde por parte dos entrevistados, sendo respeitada a opinião individual durante a coleta de dados. Todavia, os questionários podem ser uma estratégia rápida e de baixo custo para uma avaliação prévia que auxilie no conhecimento dos fatores que implicam riscos e para o estabelecimento de ações preventivas.

Em conclusão, o risco coronariano dos praticantes de futebol recreacional avaliados apresentou classificação de risco médio, com crescimento significativo após os 31 anos. Além disso, os fatores de risco mais prevalentes nos avaliados foram o excesso de peso, o sedentarismo e a hipercolesterolemia.

Desta forma, para a amostra avaliada, seria interessante a realização de avaliação pré‐participação mais aguda e criteriosa, no intuito de minimizar a possibilidade de participação dos fatores de risco cardiovasculares presentes nesses indivíduos e do estresse físico advindo da prática recreacional do futebol, como possíveis mecanismos desencadeadores de eventos cardiovasculares.

Conflito de interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

Agradecimentos

Ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação pela concessão da bolsa do Programa de Educação Tutorial (PET) – Educação da Universidade Federal de Viçosa – Campus Florestal.

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