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Vol. 34. Núm. 2.
Páginas 137-138 (junio 2016)
Vol. 34. Núm. 2.
Páginas 137-138 (junio 2016)
Editorial
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Aleitamento materno em prematuros: política pública na atenção primária
Breastfeeding in preterm infants: public health policy in primary care
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Joel Alves Lamounier
Departamento de Medicina, Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), São João del Rei, MG, Brasil
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A importância e os benefícios do leite humano estão bem estabelecidos para crianças a termo e também para prematuros.1,2 Entretanto, taxas de amamentação são menores em prematuros.3,4 A sobrevida inicial do prematuro depende de assistência hospitalar e suporte nutricional adequado. O leite humano fornece nutrientes e elementos de proteção contra infecções. Após a alta hospitalar, o paciente deve ser atendido em centros de referência especializados e manter o aleitamento materno.5–7 É importante identificar mães com risco de não amamentar e que tiveram crianças de muito baixo peso e extremo baixo peso para programar visitas domiciliares e às unidades básicas de saúde (UBS), principalmente nas primeiras semanas após a alta hospitalar.8–10 Estudo observacional com prematuros após alta da Unidade Intensiva Neonatal mostrou que é necessário apoio pelas equipes de saúde das UBS para manutenção do aleitamento.11

Em 2002, em Minas Gerais, os Centros Viva Vida de Referência Secundária (CVV) foram instituídos como política pública para a redução da mortalidade materna e infantil. Os CVV são unidades de saúde de natureza pública, exclusivamente a serviço do SUS, caracterizadas como pontos de atenção microrregionais de média complexidade, que devem atuar de maneira integrada na atenção primária e terciária, para garantir atenção integral à saúde sexual e reprodutiva e à saúde da criança em situação de risco, incluindo prematuros. Em Viçosa esse foi um programa bem‐sucedido e integrado com ações desenvolvidas no hospital de referência para gestante de risco, com estrutura para atendimento ao prematuro e suporte nutricional com banco de leite. Após alta hospitalar, o prematuro tem garantido o atendimento e acompanhamento no CVV. O trabalho de Freitas et al. mostra os dados de uma coorte retrospectiva de 103 prematuros acompanhados de 2010‐2015 nesse município. As taxas de aleitamento materno foram superiores às de recém‐nascidos a termo no Brasil. Em prematuros com idade inferior a 37 semanas, a duração mediana do aleitamento materno foi de 5 meses, o risco foi 2,6 maior de se interromper a amamentação de crianças abaixo de 32 semanas. Em prematuros com leite humano complementado na primeira consulta após alta, o risco foi três vezes maior de interrupção do aleitamento, comparado com aleitamento materno exclusivo nessa ocasião. Esses bons indicadores de aleitamento materno são reflexos de uma integração da atenção terciária com atenção primária no município.12

Medidas de incentivo ao aleitamento materno após a alta da maternidade, com seguimento apropriado e atenção integral aos prematuros, reduzem o desmame precoce.13–15 Com a sobrevida crescente dos recém‐nascidos prematuros, a dificuldade de alimentação é o maior obstáculo a ser superado, o que tem sido atingido com a melhoria dos cuidados nas unidades neonatais. Entretanto, ainda são necessárias estratégias para que o aleitamento seja bem‐sucedido na atenção primária. Desafio que pode ser vencido com políticas públicas para atenção a mulher desde o pré‐natal e maternidade até o acompanhamento ambulatorial do prematuro.

Financiamento

O estudo não recebeu financiamento.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

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