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Vol. 33. Núm. 2.
Páginas 134-135 (junio 2015)
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Vol. 33. Núm. 2.
Páginas 134-135 (junio 2015)
Editorial
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Aplicação de teste molecular para detecção de adenovírus em pacientes pediátricos distintos
Use of molecular test for adenovirus detection between different pediatric patients
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Terezinha Maria de Paiva
Laboratório de Vírus Respiratórios/NDR/CV, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, Brasil
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Diane Puerari, Clarice Camargo, Sandra Gratura, Aripuanã Sakurada Aranha Watanabe, Celso Granato, Nancy Cristina Junqueira Bellei
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A evolução das metodologias usadas no diagnóstico das infecções respiratórias agudas de etiologia viral é consequência do avanço dos estudos de biologia molecular, imunologia, genética e biotecnologia. O desenvolvimento da cultura de células in vitro1 possibilitou o isolamento dos vírus associados à infecção respiratória aguda do trato respiratório (vírus respiratório sincicial, adenovírus e os vírus da parainfluenza). A descoberta da estrutura molecular dos ácidos nucléicos2 contribuiu para o desenvolvimento da genética molecular, responsável, entre outras aplicações, pelo aprimoramento do diagnóstico molecular das doenças infecciosas no fim do século XX e a revelação de novas etiologias virais envolvidas em quadros de infecção respiratória aguda nas primeiras décadas do século XXI.

Até o fim da década de 1980, o diagnóstico da infecção respiratória consistia no isolamento do vírus em cultura de células e sorologia. O grande desafio dos cientistas, na época, era aprimorar as metodologias diagnósticas com vistas a contemplar as estratégias oportunas de prevenção e controle da doença; ou seja, viabilizar metodologias de diagnóstico rápido e específico.3

Considerando o impacto da infecção pelos vírus respiratórios em todas as faixas etárias, sobretudo em crianças menores de cinco anos, portadores de doenças crônicas e adultos na faixa etária de 60 anos ou mais,3,4 o diagnóstico rápido é relevante para: uso de antivirais; esclarecer a etiologia da doença respiratória; ponderar a prescrição de antibióticos; conhecer a história natural do vírus e sua fisiopatologia que contribui para o entendimento das possíveis complicações que possam ocorrer em função das características da infecção; avaliação de contenção da doença pela quarentena; mensurar o período de hospitalização; evitar investigações laboratoriais desnecessárias; dispensar o isolamento inoportuno de indivíduos não infectados.5,6

O desenvolvimento dos anticorpos monoclonais na década de 19707 contribuiu para a elaboração de painel de anticorpos específicos para os vírus da influenza tipos A e B, VRS, ADV, PF 1, 2 e 3, o que permite a identificação rápida e específica pela imunofluorescência direta ou indireta dos sete vírus respiratórios. O advento de metodologias moleculares, a partir da década de 1980,8 cujo princípio reside na reação em cadeia da polimerase – polimerase chain reaction (PCR) –, que permite a amplificação de alvos conservados do genoma de diferentes agentes etiológicos, revolucionou o conhecimento da epidemiologia, o diagnóstico e a pesquisa das doenças infecciosas de etiologia viral, entre outras abordagens. Atualmente, há diferentes modalidades de diagnóstico rápido e específico que usam tanto o princípio da imunofluorescência com anticorpos monoclonais quanto os métodos moleculares na identificação simultânea de vários vírus.9,10

Neste fascículo da Revista Paulista de Pediatria, Puerari et al.11 avaliaram o desempenho de ambas as metodologias no formato que permite a identificação simultânea dos sete vírus respiratórios, pela imunofluorescência direta, e o diagnóstico molecular no formato nested polymerase chain reaction (nested PCR), com vistas à investigação de adenovírus em secreções respiratórias colhidas de crianças portadoras de cardiopatia congênita e crianças da comunidade com quadro de infecção respiratória aguda (IRA).

Essa fase da investigação não contemplou a análise de outros vírus respiratórios; no entanto, revelou que a metodologia molecular foi mais sensível para a detecção de adenovírus nos diferentes grupos de crianças, quando comparada à imunofluorescência. Em função da sensibilidade na detecção de ácidos nucléicos pela nested PCR, constatada na presente avaliação, os autores recomendam a vigilância de rotina em pacientes portadores de cardiopatia congênita por métodos moleculares, tendo em vista a eficiência na detecção do agente etiológico, sobretudo a condução do fluxo diagnóstico.

Nesse contexto, o investimento em pesquisas para o desenvolvimento de antivirais para os vírus respiratórios não influenza e para o conhecimento da epidemiologia molecular dos diferentes vírus respiratórios na comunidade é de fundamental importância, uma vez que contribuirá com informações relevantes quanto à infecção de pacientes hospitalizados e portadores de doenças crônicas pelos diferentes vírus que acometem o trato respiratório.12

Até o presente, não há uma droga antiviral aprovada contra os adenovírus, reconhecidos pela sua capacidade de desenvolver quadros graves da doença, principalmente em pacientes imunossuprimidos. Estudos clínicos recentes avaliam a formulação oral do brincidofovir como um antiviral promissor para o tratamento de pacientes de grupos de risco infectados pelos adenovírus.13

A evolução das metodologias diagnósticas potencializa as pesquisas com vistas à geração de antivirais e sua intervenção oportuna e proporciona a melhoria na qualidade de vida e os consequentes avanços na área da saúde pública.

Financiamento

O estudo não recebeu financiamento.

Conflitos de interesse

A autora declara não haver conflitos de interesse.

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