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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 56. Núm. S1.
Páginas 41 (diciembre 2015)
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Vol. 56. Núm. S1.
Páginas 41 (diciembre 2015)
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# 11. Efeitos do ritmo de distração osteogénica mandibular na articulação temporomandibular – revisão narrativa
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João Brochado*, João Cavaleiro, Luísa Maló, Maria João Rodrigues, Silvério Cabrita, Francisco Vale
Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
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Introdução: Nos últimos anos, a distração osteogénica mandibular tornou‐se mais difundida como uma técnica segura e eficaz para o alongamento sagital da mandíbula, pelas suas vantagens sobre a cirurgia ortognática e procedimentos de enxerto ósseo. Cargas ou forças incomuns aplicadas concomitantemente à mecânica funcional normal, ao crescimento e à remodelação de estruturas craniofaciais conduzem a resultados biológicos diferentes, dependendo da taxa/ritmo e extensão da distração. A articulação temporomandibular é uma estrutura altamente adaptativa e é afetada por esse tipo de carga. Muitos aspetos da formação óssea durante a distração osteogénica têm sido amplamente estudados e são bem compreendidos, mas poucos estudos incidem sobre a resposta articular a forças mecânicas induzidas por distração.

Métodos: A pesquisa bibliográfica foi realizada na base de dados eletrónica Pubmed, utilizando os termos MeSH «distraction osteogenesis», «mandible», «temporomandibular joint» e «condyle», publicados em português e inglês nos últimos 5 anos. Desta, resultaram em 16 artigos, dos quais 9 foram selecionados.

Resultados: Para a mesma taxa de distração (1mm/dia), um ritmo de distração superior (0,5mm, 2 vezes por dia) proporciona uma melhor osteogénese e poderá, portanto, ser também um fator essencial para evitar danos da cartilagem articular condilar e disco articular. Taxas de distração superiores (>2mm/dia) podem induzir cargas compressivas e alterações estruturais que, embora adaptativas num primeiro momento, podem tornar‐se degenerativas, conduzindo à redução da espessura da cartilagem, aumento de tecido ósseo, irregularidades do contorno da superfície articular e diminuição da densidade óssea. Com taxas lentas de distração, ritmos de ativação mais frequentes induzirão respostas da articulação temporomandibular tendencialmente mais adaptativas que degenerativas, ainda que as últimas possam ser reversíveis.

Conclusões/implicações clínicas: Pouco se sabe sobre o impacto do ritmo de distração osteogénica na cartilagem articular e no côndilo mandibular. Por conseguinte, determinar os seus possíveis efeitos prejudiciais sobre os tecidos articulares é vital, a fim de reduzir os efeitos deletérios deste tipo de técnica cirúrgica.

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