Introdução: O principal objetivo da terapia bioprogressiva é alcançar uma boa relação maxilomandibular, resultando em uma automática correção funcional, e utilizar o crescimento para benefício do paciente, como será demonstrado em 2 casos clínicos.
Descrição do caso clínico: Primeiro caso clínico: paciente do género feminino, 13 anos e 8 meses, dentição permanente, arcadas estreitas, apinhamento dentário superior e inferior, e perfil convexo. A análise cefalométrica demonstrou padrão dolicofacial, classe I molar e plano oclusal desfavorável ao crescimento mandibular. Descrição do segundo caso clínico: paciente do género feminino, 14 anos e 4 meses, com presença de espaços na arcada superior e inferior, relação molar em classe II subdivisão esquerda e perfil convexo. A análise cefalométrica de Ricketts demonstrou um padrão normofacial, com medidas cranianas dentro da normalidade. Os incisivos superiores extruídos e palatinizados, em sobremordida com os incisivos inferiores, vestibularizados (32,5 graus) «travam» o crescimento mandibular.
Discussão e conclusões: Na terapia bioprogressiva, o aparelho é colocado de forma progressiva e seccionada, sendo o quad‐helix e o arco utilidade os mais conhecidos e utilizados para o tratamento de inúmeras más oclusões, no período de dentição mista e permanente. O quad‐helix foi utilizado no primeiro caso para expandir a arcada e «destravar» a má oclusão, seguido do arco utilidade. O arco utilidade inferior, nos 2 casos apresentados, promoveu a expansão da arcada, expansão dos segmentos laterais, intrusão dos incisivos, destravando a mordida, e verticalização dos molares inferiores, favorecendo a correção do plano oclusal. A intervenção precoce permite a modelação das arcadas, criando espaço para o correto posicionamento dos dentes, e possibilitando o crescimento arqueal da mandíbula durante o período de crescimento do paciente. Obtêm‐se melhores resultados em longo prazo no que diz respeito à estabilidade, função, estética e integridade das articulações temporomandibulares.