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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 55. Núm. S1.
Reuniões e Congressos 2014
Páginas e61 (octubre 2014)
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# 23. Tratamento ortodôntico cirúrgico ortognático de problemas transversais da maxila
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Luís Lapa Bessa, Fred Pinheiro, Miguel Reis Almeida, Bruno de Carvalho, Ricardo Sousa Soares
Instituto de Reabilitação Orofacial do Norte; Especialização em ortodontia na FMDUP
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Introdução: A deficiência transversal da maxila é uma deformidade bastante comum nos pacientes que procuram tratamento ortodôntico ou ortodôntico cirúrgico ortognático. Diferentes tratamentos têm sido relatados na literatura desde 1860, ano em que Angell corrigiu pela primeira vez uma deficiência transversal da maxila. O tratamento deste tipo de deformidades é o tratamento mais instável e com maior probabilidade de recidiva. As técnicas passíveis de corrigirem problemas transversais da maxila em pacientes adultos são a expansão maxilar cirurgicamente assistida (SARPE) ou a osteotomia de Le fort I segmentada (OLF1S). O objetivo deste trabalho é apresentar e rever na literatura as duas técnicas, quanto aos seus critérios e as indicações para a sua realização.

Métodos: Este trabalho consistiu na revisão da literatura sobre o tema em questão. A estratégia seguida na pesquisa foi conduzida recorrendo às bases de dados Medline (Entrez, PubMed). O período envolvido na pesquisa mediou entre Dezembro de 2013 e Fevereiro de 2014 e foram usados os termos «surgical assisted rapid palatal expansion» e «segmented Le Fort 1 osteotomy».

Desenvolvimento: A SARPE consiste em expandir a maxila transversalmente por meio da fragilização dos pilares de resistência da maxila, com osteotomias e com o auxílio de um aparelho expansor. A maior limitação desta técnica é o facto de apenas permitir a correção cirúrgica do plano transversal, no entanto, apresenta como principal vantagem a possibilidade de ser realizada com anestesia local em ambiente ambulatório e de forma gradual, o que permite um acomodamento da mucosa palatina, evitando acidentes vasculares e permitindo expansões superiores a 15mm. A OLF1S, por sua vez tem sido indicada em pacientes que apresentam outro tipo de deformidades concomitantemente com a deformidade transversal. A possibilidade da movimentação dos segmentos da maxila nos três planos do espaço confere a esta técnica uma enorme versatilidade permitindo obter uma boa engrenagem oclusal durante a cirurgia, no entanto, não está indicada quando se pretendem correções transversais que ultrapassem os 7mm.

Conclusões: Embora a SARPE seja cada vez menos utilizada, continua a ter as suas indicações, principalmente em casos de grandes discrepâncias transversais ou em pacientes que apenas apresentam deficiência transversal. A OLF1S é uma técnica segura, previsível, estável e com a capacidade de num só tempo cirúrgico corrigir deformidades maxilares que envolvam os três planos do espaço.

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