Objetivos: O adesivo de fibrina derivado do veneno de serpente é um selante biológico, constituído por componentes provenientes do plasma sanguíneo cujo mecanismo de ação se assemelha à última fase da coagulação fisiológica (formação do fibrinogênio). Ele tem sido utilizado no tratamento de lesões como, por exemplo, a colagem de tecidos moles, mas ainda não existem evidências suficientes sobre a sua aplicação na estabilização de enxertos ósseos. O objetivo deste estudo foi avaliar se o adesivo de fibrina promove integração entre o enxerto autógeno de calota craniana e o leito receptor, e também se a terapia por laser de baixa potência interfere na possível integração do enxerto.
Materiais e métodos: Foram utilizados 40 ratos machos (Rattus norvegicus), separados aleatoriamente em dois grupos (EI e EII), nos quais foi realizada uma secção circular com uma broca trefina de 5 milímetros no osso parietal direito e a descorticalização do osso parietal esquerdo com uma broca esférica número 6. No grupo EI foi realizada a colagem do fragmento retirado do lado direito sobre o osso parietal esquerdo com adesivo de fibrina, e no Grupo EII os mesmos procedimentos do Grupo EI, associando‐se a terapia por laser de baixa potência. Cinco animais de cada grupo foram eutanasiados nos períodos de 10, 20, 30 e 40 dias após a cirurgia. Após inclusão histológica de rotina, as peças foram submetidas à análise histomorfológica.
Resultados: Na região do enxerto ocorreu a presença de tecido conjuntivo bem organizado nos períodos iniciais (10 e 20 dias) do processo de reparo, dando lugar a uma matriz osteóide nos períodos finais (30 e 40 dias), com áreas de reabsorção e neoformação óssea, sobretudo nas áreas contíguas ao defeito criado. No Grupo EII foi constatada áreas de neoformação óssea muito mais evidente do que no grupo EI.
Conclusões: O adesivo de fibrina derivado do veneno de serpente é um método eficiente para estabilização de enxerto ósseo autógeno e a terapia por laser auxiliou no processo de reparo.