Objetivos: Realizar a revisão sistemática da literatura e a meta‐análise sobre os espaços articulares da articulação temporomandibular (ATM) no plano coronal.
Materiais e métodos: Realizaram‐se pesquisas eletrónica em bases de dados e manual com os termos “condylar position”; “joint space” AND “TMJ”. Definiram‐se como critérios de inclusão a radiografia 3D da ATM por tomografia computorizada e a apresentação dos espaços articulares pelo menos em dois pontos. As principais razões para exclusão foram: fratura mandibular, estudos não realizados em humanos, intervenções cirúrgicas, estudos em pacientes com síndromes ou doenças crónicas, avaliação dos espaços articulares por métodos clínicos, radiografias 2D ou ressonância magnética, casos clínicos, artigos de debate ou discussão e artigos não publicados. O nível de evidência de cada estudo foi classificado como elevado, moderado ou baixo segundo o Cochrane risk of bias tool. Os valores sumariados na meta‐análise relacionavam‐se com os espaços articulares medial, superior e lateral e as diferenças desses espaços entre as articulações direita e esquerda.
Resultados: Da pesquisa inicial resultaram 2706 artigos. Após exclusão dos duplicados e aplicação dos critérios de elegibilidade foram selecionados 4 artigos para revisão final. Não foi encontrado nenhum ensaio clínico randomizado. No que se refere à qualidade, todos os estudos foram classificados com baixo nível de evidência. Os valores médios dos espaços articulares foram de 2,94mm para o medial, 2,55mm para o superior e 2,16mm para o lateral. No entanto, a análise evidenciou grande heterogeneidade da amostra. Quanto à comparação das diferenças entre os espaços articulares direito e esquerdo, os resultados não revelaram diferenças estatisticamente significativas em nenhum dos espaços: medial (p=0,542), lateral (p=0,748) e superior (p=0,185).
Conclusões: O nível de evidência científica dos estudos que avaliam os espaços articulares no plano coronal da ATM é insuficiente uma vez que não foi possível encontrar qualquer estudo com elevado nível de evidência. A meta‐análise demonstrou que não é possível evidenciar diferenças entre os espaços articulares no plano coronal entre as articulações direita e esquerda e os valores clínicos médios encontrados para estes espaços foram 2,94mm, 2,55mm e 2,16mm para o espaço medial, superior e lateral, respetivamente.