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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
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Vol. 55. Núm. S1.
Reuniões e Congressos 2014
Páginas e51-e52 (octubre 2014)
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Reuniões e Congressos 2014
Páginas e51-e52 (octubre 2014)
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# 5. Influência da protrusão do lábio inferior na estética do perfil na Classe III
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Jennie Carolina Guevara*, Luís Jardim
Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa
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Introdução: É fundamental para o ortodontista determinar em que medida a camuflagem ortodôntica é capaz de satisfazer as necessidades estéticas de adultos jovens com discrepâncias de classe III considerados “casos‐limite”, considerando que é a harmonia entre as diferentes partes da face, incluindo o lábio inferior, que vai influenciar a estética facial.

Objetivos: Determinar a influência da projeção do lábio inferior e do género do avaliado e do avaliador na avaliação da harmonia facial de perfil.

Materiais e métodos: Foram obtidas fotografias de perfil de 4 adultos jovens de ambos os géneros, com perfis considerados ideais, determinados através do ângulo de convexidade facial e da linha estética de Ricketts. As fotografias foram alteradas digitalmente, avançando o lábio inferior progressivamente desde 1mm até 9mm. A harmonia facial foi classificada por 40 avaliadores, 20 de cada género, utilizando uma escala analógica visual, com classificação de 0 a 10. Os dados foram analisados com ANOVA para medições repetidas, usando a classificação da harmonia facial como variável dependente e o grau de avanço do lábio inferior, o género do avaliador e o género do avaliado como variáveis independentes.

Resultados: As 3 variáveis grau de avanço do lábio inferior, sexo do avaliado e sexo do avaliador influenciaram significativamente o perfil (p<0,001, p<0,01 e p=0,038), sendo que a última não foi considerada clinicamente significativa. A avaliação da harmonia facial foi mais favorável com 1mm de avanço (classificação média de 8.2) para ambos os géneros de avaliados. O perfil considerado ideal recebeu uma classificação média de 7.8. A comparação dos resultados obtidos para cada milímetro de avanço, revelou uma degradação significativa da harmonia facial a partir dos 3mm de avanço, para o género masculino (p<0,001), e a partir dos 2mm de avanço para o género feminino (p=0,04).

Conclusões: A projeção do lábio inferior influencia a estética facial, já que os avaliadores deram classificações mais altas às fotografias com 0 a 1mm de avanço e mais baixas por cada mm de avanço a partir dos 2mm. Considerando os resultados obtidos para o mento, em estudo anterior, concluímos que os avaliadores tiveram uma maior sensibilidade na perceção da desarmonia facial devido à protrusão labial do que à projeção do mento. Assim, na seleção do plano de tratamento, critérios estéticos diferentes devem ser considerados para cada género, com maior tolerância no caso do género masculino, já que o impacto da protrusão labial é mais pronunciado no género feminino.

Implicações clínicas: A decisão de realizar um tratamento ortodôntico ou ortodôntico‐cirúrgico em pacientes com classe III é grandemente influenciada pela estética facial, pelo que é importante o ortodontista conhecer a influência da protrusão do lábio inferior e a sua relação com os outros elementos faciais na perceção da estética da face por parte de uma população de leigos.

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