Objetivos: 1) Estabelecer normas cefalométricas de referência na incidência radiográfica lateral, consideradas ideais para os parâmetros esqueléticos e tegumentares da população juvenil caucasiana portuguesa; 2) Verificar se existe dimorfismo sexual para as normas cefalométricas determinadas; 3) Verificar se existem diferenças estatisticamente significativas para as normas cefalométricas entre raparigas dos 8 aos 11 anos e dos 12 aos 14 anos.
Materiais e métodos: : Foi analisada uma amostra inicial constituída por 324 indivíduos, dos quais apenas 90 pacientes (46 raparigas e 44 rapazes) correspondiam aos critérios de inclusão: idade cronológica entre os 8 e os 14 anos; sem tratamento ortodôntico prévio e com o ângulo ANB situado entre 0? e 4,3?. As análises cefalométricas foram executadas, pelo método digital directo, no programa Dolphin Imaging Software™32, versão 8.0.6.12. Para determinar as normas cefalométricas para cada género foi realizada uma análise estatística descritiva no programa IBM® SPSS™ Statistics, versão 21. Utilizou‐se o teste t‐student para testar o dimorfismo sexual e a diferença entre raparigas antes e após o pico pubertário.
Resultados: Verificou‐se dimorfismo sexual (p<=0,05) nas variáveis dos ângulos SNA, NL‐NSL, ML‐NSL, Me‐tGo‐Ar, T‐NB e Naso‐labial. Os rapazes apresentaram valores superiores exceto para o ângulo Naso‐labial e SNA. Entre raparigas, verificou‐se um aumento estatisticamente significativo (p<=0,05) após o pico pubertário no valor dos ângulos NSBa e Me‐tGo‐Ar e no valor do índice facial.
Conclusões: Esta investigação permitiu determinar normas cefalométricas de referência para os parâmetros esqueléticos e tegumentares da população juvenil caucasiana portuguesa, dado o carácter homogéneo da mesma. Relativamente ao dimorfismo sexual pode concluir‐se que população juvenil portuguesa feminina apresenta uma face mais convexa em relação aos rapazes da mesma idade, que por sua vez apresentam uma face mais longa. Após o pico pubertário, há um considerável aumento da altura facial feminina principalmente devido ao crescimento mandibular.