Introdução: As restaurações dos incisivos temporários são um grande desafio clínico para o odontopediatra, não só pela dificuldade do procedimento clínico, mas pelo comportamento do paciente, que pode prejudicar o tratamento. Uma vez que é fundamental a qualidade do tratamento restaurador, os objetivos de qualquer técnica restauradora são: restaurar os danos causados pela cárie dentária ou traumatismo; proteger e preservar a polpa e o remanescente dentário, prevenindo a sintomatologia e a dor; manter a função adequada; restabelecer a estética; facilitar a manutenção de uma boa higiene oral, e manter o comprimento da arcada e espaço para o correto desenvolvimento da dentição permanente.
Descrição do caso clínico: O caso clínico refere‐se a uma criança de 4 anos, do sexo masculino, com amelogénese imperfeita com perda da dimensão vertical. Iniciou‐se o tratamento pelo setor anterior para aumentar a autoestima da criança, uma vez que o comprometimento estético é importante. Os dentes foram restaurados com coroas de acetato e um compósito nano‐híbrido, que apresenta uma gama de cores adequada às características cromáticas dos dentes temporários. No setor posterior, preconizou‐se a reabilitação da dimensão vertical com coroas de aço pré‐formadas.
Discussão e conclusões: Atualmente, existem muitas técnicas e produtos disponíveis para a restauração anterior na dentição temporária. Quando uma restauração estética com redução mínima do remanescente dentário é desejada, a utilização de coroas de acetato pode ser uma opção terapêutica para o restabelecimento da anatomia original do dente, função e estética. A utilização de coroas de acetato para preenchimento com compósito tem sido descrita como um processo rápido, eficaz e com um resultado estético bastante favorável e agradável. É importante que os odontopediatras conheçam corretamente o protocolo de utilização das coroas de acetato, para que, de forma simples e eficaz, seja possível o restabelecimento não só estético como da autoestima da criança.