Objetivos: Este estudo piloto pretendeu comparar a superfície do esmalte humano após tratamento com um gel de caseína fosfopeptídea – fosfato de cálcio amorfo, um verniz de fosfato de cálcio (<5%) e um verniz de fluoreto de sódio a 5% em lesões artificiais de white spot, induzidas através de um ciclo de desmineralização.
Materiais e métodos: Neste estudo, realizado in vitro, 8 espécimes obtidos a partir de 4 molares humanos, permanentes, foram submetidos a uma solução tampão de ácido láctico a pH 5 e 37°C, de forma a criar lesões artificiais de white spot. Após esta fase, os espécimes foram distribuídos aleatoriamente por 4 grupos: grupo A (n=2) – tratado com água desionizada (grupo controlo); grupo B (n=2) – tratado com um gel de caseína fosfopeptídea – fosfato de cálcio amorfo; grupo C (n=2) – tratado com um verniz de fosfato de cálcio (<5%); e grupo D (n=2) – tratado com um verniz de fluoreto de sódio (5%). Esta fase foi designada de fase 1 e os espécimes permaneceram em tratamento durante 6h a 37°C. Posteriormente, todos os grupos foram sujeitos a uma fase 2:2h em ácido láctico a pH 5 e 37°C, 22h em saliva artificial, repetido durante 8 dias a uma temperatura de 37°C. Por último, a superfície do esmalte foi analisada com um microscópio eletrónico de varrimento, JEOL JSM‐700001F, a x1.000; x10.000 e x30.000, tendo sido feita uma análise qualitativa dos resultados.
Resultados: As imagens de microscopia eletrónica de varrimento revelaram, em ambas as fases 1 e 2, que o grupo C e o grupo D apresentaram superfícies de esmalte homogéneas, tendo sido identificadas várias zonas de precipitado de fluoreto de cálcio e reorganização desta camada superficial, enquanto o grupo B apresentou zonas de superfície de esmalte mais heterogéneas em diferentes planos.
Conclusões: Os vernizes de fluor de alta concentração tendem a modificar a qualidade da superfície do esmalte humano, tornando‐a mais homogénea, após a indução artificial de cárie dentária.