Objetivos: Determinar a prevalência da cárie e avaliar a natureza e a extensão em que o domínio familiar é comprometido pela presença da cárie.
Materiais e métodos: Realizámos um estudo transversal onde avaliámos alunos de ambos os sexos, matriculados na Escola do Agrupamento Madeira Torres, em Torres Vedras, no ano letivo de 2014‐2015. A amostra foi constituída por 112 adolescentes, de idade compreendida entre os 12‐14 anos, em dentição permanente. A participação dos indivíduos no estudo foi voluntária e foi assinado o respetivo consentimento informado pelos seus encarregados de educação. Foi medido o índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD), por um examinador experiente e calibrado, segundo os critérios da OMS. Foi utilizado como instrumento de medida para a avaliação da extensão do impacto familiar um questionário, validado em português – escala do impacto familiar. Foi realizada uma análise descritiva e inferencial através dos testes de Oneway ANOVA, através do software IBM SPSS© statistics 20.0.
Resultados: A idade média das crianças foi 12,55±(0,76). A prevalência de cárie na dentição permanente foi 79,5% e o CPOD 2,16 (±1,71). A mediana da distribuição assume o valor 2, com um valor mínimo de 0 e máximo de 6. Apesar da baixa intensidade, os resultados demonstram que existe uma correlação estatisticamente significativa e positiva entre o CPOD e todas as subdimensões da escala de impacto familiar. Estas correlações significam que quanto mais elevado é o valor de CPOD (CPOD>=4), maior o impacto será na atividade familiar (0,298), emoções dos pais (0,410), conflito familiar (0,240) e economia familiar (0,297).
Conclusões: A prevalência e gravidade de cárie pode ser considerada moderada e tem um impacto negativo familiar.