Objetivos: Estudar numa população infantil da freguesia de Alvalade: 1) a prevalência e gravidade de cárie na dentição decídua; 2) a prevalência de fraturas dentárias da coroa e maloclusão (mordida aberta e mordida cruzada); 3) as diferenças da prevalência e gravidade de cárie, e da prevalência de maloclusão e fraturas dentárias, relativamente ao sexo e à idade.
Materiais e métodos: Foi realizado um estudo transversal em 2 jardins‐de‐infância (JI) da freguesia de Alvalade (JI de Sto. António e JI da Paróquia do Campo Grande), que acolhiam 152 crianças entre os 2‐6 anos de idade, no ano letivo de 2015‐16. A amostra foi constituída por 104 crianças, correspondendo a uma taxa de participação de 68,4%. Foram utilizados os critérios da Organização Mundial de Saúde para o diagnóstico de cárie dentária e traumatismos, e calculado o índice CPOD. Procedeu‐se ao registo da presença de mordida aberta e de mordida cruzada, segundo os critérios do Peer Assessment Rate. Foi realizada a análise descritiva das variáveis e utilizados os testes do qui‐quadrado, Mann‐Witney e Kruskal‐Wallis (alfa=0,05).
Resultados: A prevalência de cárie foi de 27,9% e a média do CPOD foi de 0,95 (dp=2,1), correspondendo a grande maioria dos dentes (92,9%) ao componente «c» (cariado) do índice. A prevalência de maloclusão foi 41,2% e a de fraturas dentárias foi 8,7%. Não se verificaram diferenças significativas da cárie relativamente ao sexo, no entanto, a prevalência (p=0,038) e gravidade de cárie (p=0,04) foram maiores nas crianças de 6 anos. Não se verificaram diferenças significativas por sexo, nem por idade relativamente à prevalência de fraturas dentárias e de maloclusão.
Conclusões: As elevadas prevalências de cárie e de maloclusão demonstram a importância de uma intervenção preventiva mais precoce. Verificou‐se também uma elevada necessidade de tratamentos de cárie na dentição decídua.